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Líderes empresariais portugueses optimistas, apesar da menor confiança na economia mundial

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Foto Shutterstock

Os líderes empresariais portugueses estão otimistas com o desempenho das suas empresas, apesar da incerteza internacional, com 86% a afirmarem-se confiantes no crescimento, acima da média global de 79%, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira.

De acordo com o "CEO Outlook" de 2025 da KPMG, "os líderes corporativos portugueses têm demonstrado níveis elevados de resiliência e de foco no crescimento interno, mesmo em contextos internacionais e geopolíticos de incerteza".

Contudo, a nível macroeconómico, o otimismo diminui, com apenas 50% dos presidentes executivos (CEO) nacionais a manifestarem confiança na economia mundial, muito abaixo dos 68% registados entre os líderes globais, o que representa o nível mais baixo desde 2022.

Segundo a KPMG, "esta diferença evidencia uma perceção clara da fragilidade do ambiente externo, marcado pela persistência de tensões geopolíticas e pela desaceleração económica a nível internacional".

O relatório aponta ainda que os executivos portugueses estão "ativos na adaptação e redefinição das suas estratégias de crescimento", com 72% a afirmar já ter ajustado os seus planos para responder à nova conjuntura.

A prioridade é reforçar a resiliência operacional, investir em talento e tecnologia e consolidar estruturas capazes de resistir à volatilidade do contexto, concretiza.

Entre os principais desafios identificados pelos presidentes executivos (CEO) em Portugal, o estudo indica que a cibersegurança se mantém "no topo das preocupações", sendo apontada por 32% dos inquiridos como o maior risco para a atividade.

Seguem-se a integração da inteligência artificial (IA) na força de trabalho (24%), a disrupção tecnológica e a gestão de equipas multigeracionais (22%), bem como as exigências regulatórias (20%) e a incerteza económica global (18%).

Citado num comunicado, o 'senior partner'/CEO da KPMG Portugal, Vitor Ribeirinho, afirma que os líderes corporativos portugueses "estão mais confiantes face ao que conseguem controlar, nomeadamente o desempenho e a eficiência das suas próprias empresas, do que na evolução da economia global".

"Esta atitude pragmática reflete um olhar mais para dentro, ou seja, uma estratégia de crescimento baseada na execução, no investimento de 'upskilling' do talento, no investimento tecnológico e na gestão de risco, mais do que na conjuntura externa", nota.

Segundo Vitor Ribeirinho, serão os líderes "capazes de incorporar a volatilidade dos mercados e de concentrar os investimentos nas áreas estratégicas certas" os que estarão "em melhores condições para gerar novas oportunidades e construir um crescimento sustentável e duradouro para as suas organizações".

A edição de 2025 do "CEO Outlook" da KPMG evidencia também uma quebra da confiança dos CEO na economia mundial para 68%, o valor mais baixo dos últimos quatro anos.

Ainda assim, indica, os líderes empresariais continuam a investir no crescimento: 40% preveem um aumento dos lucros superior a 2,5% nos próximos 12 meses e 89% antecipam operações de fusão e aquisição.

Por outro lado, 92% dos CEO globais planeiam aumentar o número de colaboradores, continuando a apontar os mesmos principais obstáculos ao crescimento: cibercrime e cibersegurança (79%), formação e requalificação de equipas em IA (77%) e integração bem-sucedida da IA nos processos empresariais (75%).