Aplicação desenvolvida por aluno da UMa promete apoiar parentalidade positiva
Projecto deverá estar no terreno no próximo ano lectivo
Uma aplicação desenvolvida por um aluno de mestrado em Engenharia Informática da Universidade da Madeira (UMa) pretende apoiar os pais na gestão das rotinas e dos comportamentos das crianças, promovendo práticas de parentalidade positiva. O projecto 'Crescer', que deverá estar no terreno no próximo ano lectivo após a validação da tese de mestrado em Psicologia Clínica, da Saúde e Bem-Estar, foi abordado pela directora do mestrado em Psicologia Clínica na UMa, Ana Lúcia Faria, em declarações à margem do VI Encontro Regional para a Intervenção Comunitária.
O evento decorreu, esta manhã, no auditório do Instituto de Segurança Social da Madeira.
De acordo com a docente, a iniciativa resulta de um trabalho conjunto entre a Psicologia e as Tecnologias de Informação. “A aplicação baseia-se num questionário realizado a 132 pais na Madeira e no continente, que nos permitiu identificar as principais dificuldades sentidas no dia-a-dia, desde a gestão de rotinas à preparação académica dos filhos”, explicou Ana Lúcia Faria.
A ferramenta irá reunir materiais educativos e estratégias de apoio adaptadas à idade e às características de cada criança. “Nós tentamos atender aos resultados deste questionário para desenvolver a aplicação e para que os pais tenham acesso a uma série de ferramentas que os auxiliem com os seus filhos”, sublinhou.
A docente destacou, ainda, o papel das tecnologias digitais na promoção da saúde mental. “A tecnologia tem tanto de bom como de mau, e o essencial é o equilíbrio. Há riscos de isolamento e ansiedade, mas também oportunidades de melhorar o acesso à saúde mental e à reabilitação cognitiva através de ferramentas digitais”, afirmou.
Também à margem do encontro, a secretária regional de Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, sublinhou a importância da articulação entre instituições na implementação de políticas de proximidade. A titular da pasta sublinhou que “o digital pode criar proximidade, mas também afastamento” e defendeu que é necessário “actuar em rede, com sinergias, para chegar a todos, sobretudo aos que se encontram em situação de maior fragilidade”.
Segundo a governante, a coordenação regional integra 16 entidades e pretende reforçar o trabalho conjunto entre serviços sociais, escolas e centros de saúde. “Se cada um trabalhar isoladamente, o resultado é limitado. Quando trabalhamos interligados, conseguimos uma resposta mais efectiva e próxima das pessoas”, afirmou.