A Guerra Mundo

Erdogan vai "intensificar" negociações para garantir exportação de cereais

None

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse hoje que pretende "intensificar" as negociações com Rússia e Ucrânia para garantir um acordo sobre o plano da ONU para a exportação de cereais ucranianos para o mercado mundial.

"Vamos intensificar as conversações dentro de uma semana ou dez dias e tentar obter um resultado", disse Erdogan durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro italiano Mario Draghi.

A Turquia tem estado em contacto com as Nações Unidas, Ucrânia e Rússia para a elaboração de um plano que permita a exportação, por corredores seguros no Mar Negro, de milhões de toneladas de cereais ucranianos acumulados em silos.

A Ucrânia é um dos maiores exportadores mundiais de trigo, milho e óleo de girassol, mas a invasão russa interrompeu a maioria desse fluxo, provocando a escassez de recursos alimentares em muitos países em desenvolvimento, sobretudo em África.

O Governo ucraniano atribuiu a situação ao bloqueio naval russo dos seus portos, enquanto a Rússia considera que as minas marítimas ucranianas estão a impedir a movimentação segura das exportações agrícolas.

Draghi congratulou-se com a possibilidade de uma solução que permita não apenas enviar cereais e fertilizantes para os países pobres, mas por também significar o primeiro acordo entre a Ucrânia e a Rússia desde o início da guerra, que se aproxima do quinto mês.

"Este acordo é também muito importante numa perspetiva mais geral, e no âmbito dos esforços para garantir a paz", considerou o chefe do Governo italiano.

Na semana passada, Draghi indicou que o plano da ONU sobre a exportação de cereais ucranianos através de corredores marítimos seguros poderia garantir o esvaziamento dos silos antes da próxima colheita de outono, por não implicar a desminagem dos portos. Disse ainda que este plano requer a aprovação da Rússia.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.