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Madeira

Novos enfermeiros apontam emigração como saída para maior valorização

108 novos enfermeiros fizeram hoje a vinculação à profissão.
108 novos enfermeiros fizeram hoje a vinculação à profissão., Fotos Rui Silva/ASPRESS

Decorreu hoje a cerimónia de vinculação de 108 novos enfermeiros junto da Secção Regional da Ordem dos Enfermeiros. A quase totalidade desses profissionais fez a sua formação nas duas escolas superiores da Região, conforme deu conta Teresa Espírito Santo aos jornalistas. 

A presidente do Conselho Directivo da Secção Regional da Ordem dos Enfermeiros da Madeira notou a disponibilidade de emprego no mercado regional, nomeadamente nos sectores privado e social, mas não deixou de evidenciar a procura destes recém-formados por melhores condições de trabalho fora do País. 

Isso mesmo deixaram bem vincado alguns dos novos enfermeiros com os quais o DIÁRIO falou, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, local escolhido para realização da cerimónia de vinculação. 

Dina Pereira, por exemplo, "gostava essencialmente de exercer cá, na Região", sobretudo tendo em conta o seu agregado familiar cá, mas não coloca de parte a possibilidade de saída.

"Uma vez que a especialidade não conseguimos logo à priori, temos de estar a exercer durante dois anos, vou procurar trabalhar na área", apontou, salientando gostar da experiência que tem neste momento, "quer no âmbito da profissão que já tinha anteriormente, quer agora na enfermagem", notando ser "indiferente estar no privado ou no público".

Também Carlos Rodrigues não fecha a porta à emigração, sobretudo pelas possibilidades de progressão na carreira e valorização pessoal. 

"Eu inicialmente era bombeiro profissional, mas cheguei à conclusão de que era da área da saúde que eu gostava. E não estou, de todo, arrependido da escolha, porque logo a seguir ao curso tive a oportunidade de começar a trabalhar. Estou numa entidade com a qual eu me identifico, pois tenho um interesse grande pela parte da saúde mental e pelas dependências", revelou o recém-formado. 

Quanto a sair do País, por enquanto essa questão não se coloca, "mas não está fora de questão ir para fora porque, embora as condições que eu tenha dentro do panorama português sejam consideradas boas, as propostas que vêm do exterior são muito atractivas, sobretudo no que diz respeito à progressão de carreira, não falando apenas de valores monetários, mas também na formação", argumeta. 

Com uma vida dedicada à enfermagem no sector público, Cristina Noronha não se arrepende da escolha que fez há 48 anos. Reformada há um ano, diz que "os mais novos têm de ter confiança, têm de ter segurança, porque estão muito bem preparados. As escolas dão-nos uma formação excepcional, mas nós nunca podemos parar com o curso de base, temos de acompanhar sempre tudo o que vem chegando", defende.