“Temos que reagir ao que vai acontecendo para não chegar ao limite de saturação”
Fernando Costal Carinhas sublinha pressão crescente sobre pontos turísticos da Madeira
Na XVII Conferência Anual de Turismo da Ordem dos Economistas – Delegação Regional da Madeira, Fernando Costal Carinhas, da PWC, destacou o desafio da gestão de activos turísticos e da saturação dos pontos de interesse na Região.
O orador recordou que o turismo mundial já recuperou do impacto da pandemia e que “quase 52% do turismo global ocorre na Europa”, onde o sector “cresceu 16% no último ano”. No caso da Madeira, falou em “crescimento bastante sustentado e expressivo no número de visitantes”, que aumentou 10% desde 2019, com uma estada média estável de cinco noites.
O Funchal concentra quase dois terços da ocupação turística, seguido de Santa Cruz e da Calheta. O rácio de hóspedes por habitante passou de 3,05% em 2000 para 8,60% em 2024. A empregabilidade ligada ao sector cresceu cerca de 20%, com receitas também acima dos 20% face a 2024. “Do ponto de vista económico, é um turismo saudável”, afirmou.
Entre os mercados emissores, a Alemanha lidera, seguida do Reino Unido e da França. Porém, o gasto médio diário por turista caiu para 40 euros.
Carinhas salientou ainda o dinamismo do mercado imobiliário, com subidas superiores a 11% nos preços de venda e arrendamento, e lembrou que a Madeira continua a ser distinguida regularmente pela sua diversidade natural.
Sobre os pontos de pressão, identificou levadas, miradouros e outras zonas de forte procura, sublinhando a necessidade de agir: “temos que reagir àquilo que vai acontecendo para que não cheguemos ao limite de saturação”.
Defendeu a aposta em soluções tecnológicas para a gestão de activos e antecipou que “a inteligência artificial vai ser importantíssima na gestão do turismo”.