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Turismo Madeira

“A actual situação da habitação não decorre unicamente do turismo”

Miguel Rodrigues defende equilíbrio entre residentes e visitantes

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Foto ASPRESS

Na XVII Conferência Anual de Turismo da Ordem dos Economistas – Delegação Regional da Madeira, Miguel Rodrigues, da empresa Feels Like Home, abordou o impacto do sector na habitação e na inclusão social.

“O turismo é uma actividade bastante importante tanto para a Madeira como para o resto do país. Se o tirarmos da economia e das grandes cidades, temos uma grande crise”, afirmou, lembrando que todos os indicadores associados ao sector têm vindo a crescer, antes e depois da pandemia.

Reconheceu, contudo, que a pressão na habitação resulta também de outras causas, como “a mudança do paradigma do mercado de trabalho”, hoje “completamente flexível”. Sublinhou ainda que o turismo não se limita à restauração, alojamento e transportes, envolvendo toda uma fileira com efeitos positivos: “reabilitação dos centros históricos, modernização de infra-estruturas, revitalização de áreas degradadas, dinamização da economia local e diversificação de serviços”.

Apesar dos contributos, destacou a percepção de parte dos residentes de que “o turismo não é assim tão bom e deve ser regulado”, apontando fenómenos como a gentrificação. “Assistiu-se a uma alteração do paradigma das cidades”, disse, defendendo que “é importante haver um equilíbrio entre os diversos usos que compõem uma cidade”.

Entre as propostas de mitigação, Miguel Rodrigues considerou fundamental “uma regulamentação adequada e ajustada, evitando proibições”, e defendeu a descentralização dos pontos de atracção, de modo a aliviar pressões em áreas específicas.

“Não se trata de ser contra o turismo, mas de garantir que os seus benefícios sejam partilhados por todos, promovendo um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo e sustentável”, concluiu.