Experiência, estagnação e alternativa motivam as diferentes candidaturas em Santa Cruz
Élia Ascensão, Saturino Sousa e Pedro Diniz em debate das eleições autárquicas na TSF-Madeira
Élia Ascensão (JPP), Saturnino Sousa (PSD/CDS) e Pedro Diniz (PS), candidatos à Câmara Municipal de Santa Cruz nas próximas eleições autárquicas, discutem, esta manhã, o futuro do concelho no último debate das eleições autárquicas promovido pela TSF-Madeira.
Na ocasião, os três cabeças-de-lista, que têm em comum o facto de nenhum ter sido a primeira escolha dos seus partidos para esta corrida eleitoral, explicaram as razões que os levaram a aceitar o desafio e a forma como pretendem marcar a diferença no município.
Élia Ascensão começou por sublinhar que a sua candidatura resulta de "12 anos de muito trabalho, aprendizagem e resiliência", ao lado de um presidente de Câmara (Filipe Sousa) que, acredita, "ficará na história pelas melhores razões". A candidata afirmou sentir-se preparada para colocar ao serviço do concelho "todo o conhecimento e capital adquiridos", garantindo capacidade para "realizar muito desde o primeiro momento".
Sobre o processo interno do partido que levou à sua escolha, marcado por avanços e recuos, assegurou que "foi o que tinha de ser", mas realçou que acabou por sair mais forte. Destacou ainda que procurou unir o partido, integrando quem manifestou disponibilidade. "Não afastei pessoas só por não me terem apoiado no início. Fiz questão de conversar com todos e reconhecer o mérito de cada um", referiu.
Já Saturnino Sousa justificou o seu regresso à política activa com a percepção de que, após 12 anos de governação do JPP, "Santa Cruz está exactamente no mesmo ponto em que estava há 12 anos".
O candidato do PSD/CDS considera que foram feitas "algumas coisas de cosmética", mas que os problemas estruturais persistem. "O PDM continua por rever, a rede de saneamento dá problemas atrás de problemas, a rede de águas sofre rupturas constantes". Não obstante, também lembrou projectos que não avançaram, como o Orçamento Participativo, e defendeu que "a redução da dívida não pode servir de desculpa para sempre".
Quanto ao processo de escolha no seio do partido, disse ter sido "pacífico e natural", explicando que foi convidado depois de Sabino Correia ter recusado o desafio. "Deu razões mais do justificadas a quem tinha de justificar. Por isso, quando aceitei, o processo foi completamente pacífico. Não houve ruído nenhum à volta da minha escolha e não houve necessidade de fazer 'pazes' com ninguém. Pelo contrário, as reações foram extremamente positivas", frisou.
Por sua vez, Pedro Diniz destacou que a sua candidatura surgiu de forma unânime na concelhia de Santa Cruz, após a desistência do presidente local do partido. "Não podia virar costas nem ao PS, nem a Santa Cruz, o concelho onde vivo há mais de 20 anos", sublinhou. O candidato também rejeitou a ideia de divergências e divisões internas e garantiu que a candidatura socialista "não dependeu da estrutura regional e do líder do partido", mas sim de uma decisão "unânime e exclusiva" da concelhia.
Reconheceu ainda que a luta eleitoral "tem sido desigual" e muito marcada pela bipolarização, mas garantiu que o PS tem apresentado trabalho concreto. "Nos últimos quatro anos apresentámos mais de 100 propostas na Assembleia Municipal, muitas aprovadas e inscritas em orçamento".
Para Pedro Diniz, a solução não passa por "mais 50 anos de PSD nem mais 12 anos de JPP", defendendo o PS como verdadeira alternativa. "Os problemas continuam por resolver. Gostava que existissem eleições autárquicas todos os anos, porque com este executivo do JPP só no ano das eleições é que aparecem projectos, reuniões para alterações de PDM e projectos para tudo. Ou seja, ao longo de três anos e meio parece que esquecem que estão a governar", frisou.
Para acompanhar o debate em directo, acompanhe a emissão na 100FM e nas plataformas digitais do DIÁRIO e da TSF-Madeira.