O que aconteceria se retirassem todos os sinais de proibição de velocidade da nossa Via Rápida?

Após alguns estudos e alterações de velocidades na VR1 (e alguns milhares de euros), acho que poucos ligam à sinalização. Assim, aproveito e deixo - gratuitamente - o meu estudo “sui generis” para os respectivos limites de velocidade, visando mais economia, menos manutenção e diminuição da poluição sinalética: “Retirem todos os sinais de proibição de velocidade máxima”!

Embora para surpresa de alguns, que possam estar a pensar “este passou-se”, lembro que a maioria dos condutores continuaria a não poder passar os 100 km/h, pois esta é uma velocidade que está definida no Código da Estrada (CE) para as Vias Reservadas; outros veículos, a bem da segurança, nem poderiam ultrapassar os 70 km/h, ao contrário de agora!

Deixem a sinalização de perigo: antes das curvas, lombas, entroncamentos, etc... o que por si só obriga a “moderar especialmente a velocidade”, o que segundo o CE, e - embora este inadvertidamente não especifique - na minha visão de Instrutor e condutor com mais de 30 anos de experiência, o sinal de perigo representa “levantar o pé“ e reduzir pelo menos um terço da velocidade (ex. 90 para 60km/h).

Os limites de velocidade na VR1 não especificando a que tipo de veículos se destinam, fazem com que a sinalização seja para todos... sendo assim e com alguma contraproducência, nalgumas zonas desceu-se o limite de velocidade para ligeiros e aumentou-se para os veículos pesados! Acho que para veículos de mercadorias ou de passageiros, 100 km/h é uma velocidade excessiva nesta VR, caracterizada por lombas e curvas de visibilidade reduzida, entroncamentos, elevado fluxo de tráfego...

Pelo CE, numa Via Reservada a Automóveis e Motociclos, estes podem circular até 100 km/h; já se tiverem reboque a velocidade diminui para 80 km/h; Veículos Pesados de Passageiros com ou sem reboque, Triciclos e ligeiros de mercadorias 90 km/h; Pesados de mercadorias 80 km/h, 70 com reboque; ligeiros de mercadorias com reboque 80 km/h. Numa VR, se ultrapassar 30 km/h acima do limite pode ficar inibido de conduzir; de notar que conduzir a alta velocidade diminui a capacidade de percepção, domínio e aderência do veículo.

Com alguma destreza, e para diminuir as reclamações - pois o madeirense até respeita os sinais e “ficou fulo” com o último “travão na velocidade” - criou-se um sinal que diz que quando está sol podemos acelerar mais 10 km/h... mas, numa terra turística de bom tempo e pelo próprio CE, a excepção é a chuva e não o sol.

Estes, ainda não são “os limites”; para mim é estranho ter uma VR com velocidades máximas de 60 e 70 km/h, quando essas mesmas velocidades são legais na periferia das nossas localidades, em vias com menos manutenção e vigilância, em faixas de rodagem com dois sentidos, em curvas e dentro de túneis! Conduzir a velocidades baixas pode ser tão perigoso quanto a velocidades elevadas, especialmente em vias rápidas, causando congestionamentos e aumentando o risco de acidentes e comportamentos agressivos. Recomendo manter uma velocidade mínima nunca inferior a 50/ 60% da velocidade máxima permitida, de forma a garantir a segurança e evitar transtornos no trânsito.

Ao volante lembre-se, respeitar os limites de velocidade (min/máx) contribui para manter o trânsito a fluir com segurança, diminuir a possibilidade de um acidente e economizar combustível.

Duarte de Sousa Melim