A “estabilidade” de PNS
Pedro Nuno Santos (PNS) só agora em campanha eleitoral descobriu que para resolver os problemas do SNS (encerramentos das urgências de obstetrícia, recuperação das listas de espera para médicos de família e cirurgias oncológicas) bastaria pagar mais a médicos/as e enfermeiros/as.
Se a solução era assim tão evidente quanto simplista como explicar que em 8 anos de governação consecutiva do PS onde PNS participou esses problemas não tivessem sido resolvidos e até se tivessem agravado?
PNS acusou o atual governo da AD de “trapalhadas” e de “incompetência” por não ter resolvido em 12 meses aquilo que os governos do PS, nos quais PNS foi secretário de estado e ministro, não foram capazes de resolver em 8 anos.
A governação do PS, onde BE e PCP colaboraram, ficou enredada nos preconceitos ideológicos de extrema esquerda e não foi capaz de encontrar soluções para os problemas do SNS que mais afetam os portugueses, sendo incapaz de inovar e implementar medidas objetivas e realistas para solucionar esses problemas, em articulação e ativando sinergias com o setor privado da saúde, para tornar o SNS cada vez mais abrangente e capaz de responder de forma diversificada e com eficácia às diversas necessidades dos portugueses no que à saúde diz respeito.
Na habitação, setor em que foi ministro, PNS só na véspera das eleições legislativas de 2019 é que se lembrou de referir a situação deplorável da habitação social em Portugal após anos sucessivos de governação falhada do PS no que à mesma diz respeito, tendo tido o desplante de prometer que até 2024 todos os portugueses teriam uma habitação decente, promessa que como é óbvio falhou rotundamente.
Nas eleições legislativas de 2019 o PS com BE e PCP formavam uma maioria com 139 deputados na AR e apesar disso não foram capazes de se entender e cumprir a legislatura, nas eleições legislativas antecipadas de 2022 o PS obteve uma maioria absoluta e mesmo assim o governo socialista que daí resultou durou menos de 2 anos e contabilizou 13 demissões em 16 meses de governação, se isto não são “trapalhadas”, “incompetência” e falta de estabilidade são o quê?
Por isso não deixa de ser irónico ouvir agora PNS armar-se em arauto da estabilidade, talvez a contar que um surto de amnésia afete a memória dos portugueses nas próximas eleições.
Para PNS e o PS governar em “estabilidade” é, para além de “trapalhadas”, mesmo com uma maioria absoluta não ser capaz de cumprir uma legislatura.
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