Nova obra de Ulisses Rolim fala sobre o empoderamento da mulher
O Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira acolheu, esta manhã, a apresentação do livro 'A bonita senhora de olhos cinzentos da rua Kooli', da autoria de Ulisses Rolim. A obra conjuga texto e fotografia, numa história que se passa na capital da Estónia, Talin.
“É uma pequena história que começa pelo mexerico” em que a personagem principal procura “uma senhora que vagueia nua pela cidade”, sem saber se é ficção ou realidade. “A obra trata “dessa procura quase febril e obsessiva, que esta personagem tem, por essa coisa que não sabe se é verdadeira”, desvendou o autor.
Ulisses Rolim explica que tenta "casar a imagem com a escrita". Nesta obra procura fazer a apologia do “empoderamento da mulher na sua liberdade e na sua dignidade”, referiu o escritor, reforçando o facto desta “mulher surgir despida de preconceitos, afirmando-se enquanto pessoa". Para o autor a escrita é “uma espécie de catarse, de exteriorização dos pensamentos e de confrontar a realidade social”.
'A Deusa do Palácio do Outono' é o título da obra que pretende lançar ainda este ano, depois de já ter publciado 13 livros.
Esta apresentação foi uma forma de assinalar o Dia Internacional da Mulher, com a deputada não inscrita Magna Costa a trazer ao Funchal um livro que “desafia os padrões conservadores”. “Ulisses Rolim retrata nas suas obras personagens femininas fortes e complexas, que nos podem levar a questões do empoderamento e dos desafios que as mulheres enfrentam no dia a dia”, começou por salientar a parlamentar.
Magna Costa vincou a importância “das lutas de outras mulheres ao longo da história” e do seu contributo para “a verdadeira democracia”.
Coube à estilista Sandra Vieira apresentar o livro, destacando a descrição das “belas paisagens da Estónia”. A designer fez a analogia dos desenhos a preto e branco, que faz para a moda, com a composição fotográfica também a preto e branco que a obra comporta. “O mistério, a sensualidade e a poesia” foram elementos enaltecidos por Sandra Vieira, que vê nesta obra uma “fonte de inspiração para as mulheres” na sua valorização enquanto pessoas, “sem olhar ao que os outros pensam”.