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Madeira

JPP alerta para cortes previstos na saúde enquanto o GR investe milhões em campos de golfe

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O Grupo Parlamentar do Juntos Pelo Povo (JPP) defendeu esta terça-feira, 9 de Dezembro, a relevância estratégica do futuro Hospital Central e Universitário da Madeira para o Serviço de Saúde da Região (SESARAM). A declaração foi feita durante uma visita às obras da nova unidade, em Santa Rita, considerada pelo partido uma das maiores empreitadas públicas actualmente em curso no país.

O deputado Basílio Santos sublinhou que a construção do novo hospital representa “um investimento crucial, urgente e necessário”, justificando que os actuais hospitais Dr. Nélio Mendonça e Marmeleiros têm várias décadas e já não respondem às necessidades de evolução dos serviços. Segundo o parlamentar, a futura unidade constitui “um marco” possível graças ao apoio do Estado e ao esforço financeiro da Região.

O parlamentar recordou ainda que, na perspectiva do JPP, a oposição à construção do novo hospital partiu “do interior do PSD”, que durante anos teria defendido como alternativa a ampliação do Hospital Dr. Nélio Mendonça. O deputado assinala que o processo faz "parte da história” do debate político regional.

Apesar de reconhecer a importância da nova infra-estrutura, o JPP afirma que a melhoria do Serviço de Saúde exige também mudanças no modelo de gestão, defendendo a sua "despolitização e valorizando a competência dos profissionais de saúde". Basílio Santos alertou que faltam quatro anos para a entrada em funcionamento do novo hospital e que persistem longas listas de espera para cirurgias, exames e consultas, sublinhando a necessidade de respostas imediatas.

O parlamentar classificou como “inaceitável” que profissionais de saúde sejam solicitados a realizar trabalho extraordinário quando existem atrasos de dois anos no pagamento dessas horas.

No âmbito da discussão do Orçamento da Região para 2026, o JPP manifestou preocupação com aquilo que considera serem cortes significativos em várias áreas da saúde. Entre os exemplos apontados por Basílio Santos estão reduções de cinco milhões de euros na recuperação de cirurgias, 1,8 milhões no programa de vacinas, 2,5 milhões no programa Mais Sorriso, seis milhões na Rede de Cuidados Continuados e 17 milhões em medicamentos, material clínico e outros bens e serviços.

O deputado contrapôs estes valores à despesa prevista com campos de golfe, afirmando que o Governo PSD/CDS prevê gastar “53,3 mil euros por dia” nesta área em 2026.