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Instituto Português de Cultura na Venezuela fundado há 40 anos sob égide de Pessoa

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Foto Shutterstock

Inspirados em Fernando Pessoa, um grupo de portugueses fundou, há 40 anos, o Instituto Português de Cultura (IPC), organismo que assinalou este domingo o seu aniversário, reafirmando o compromisso de promover a cultura e tradições lusas na Venezuela.

As celebrações incluíram um concerto de música portuguesa com a cantora e fadista luso-venezuelana Liliana de Faria e um ato cultural, que reuniu várias personalidades no auditório da Cinética Cultural.

"São quatro décadas durante as quais o IPC tem sido um luminoso farol de conhecimento, um disseminador inquieto e tenaz da cultura portuguesa, um ponto de encontro vital, um pedaço de Portugal no coração da Venezuela. Um lugar onde a nossa língua ecoa, as nossas tradições ganham vida e a nossa história é celebrada e partilhada", disse o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago.

O diplomata expressou "muita gratidão" à comissão de portugueses, liderada por Daniel Morais, que percebeu a necessidade de semear a cultura lusa em solo venezuelano.

"Eles identificaram uma lacuna: o pouco conhecimento da nossa cultura na Venezuela, e decidiram agir. Dessa sábia preocupação, germinou o Instituto que hoje honramos", reforçou o diplomata, que agradeceu em nome do Governo de Portugal o "trabalho inestimável e exemplo brilhante".

O presidente do IPC, Fernando Campos, afirmou através de uma mensagem em vídeo que "talvez seja fácil de dizer '40 anos', mas têm sido 40 anos a lutar muito" para divulgar a cultura, as tradições e Portugal.

"Ao IPC espera-lhe grandes desafios, como, por exemplo a continuidade, porque depois de 40 anos esperemos que venham, pelo menos, 40 anos mais. Acredito que a geração de relevo continue a dar tudo para fazer ver e dar a entender às pessoas que Portugal, ainda que pequeno na sua dimensão territorial, é um país com grandes homens e grandes mulheres", disse.

Por outro lado, Campos agradeceu ao Instituto Camões pela renovação do protocolo de cooperação, sublinhando ser um "balão de ar", a "força económica, tão necessária", que permite ao IPC desenvolver as suas atividades.

"O IPC, continuará sempre a lutar para a divulgação de tudo o que é a portugalidade e os valores que temos, tanto em Portugal como na Venezuela", disse.

Também através de uma mensagem em vídeo, Florbela Paraíba, presidente do Camões - IP, recordou a assinatura, em 2004, do protocolo de cooperação com o IPC para o desenvolvimento de atividades de promoção da língua portuguesa.

"Esta colaboração, ininterruptamente mantida, tem sido importante para que o IPC possa levar a cabo um vasto leque de iniciativas nas áreas do cinema, da poesia, da música e da literatura, nomeadamente conferências, concertos, exposições e edições de livros", disse.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, também através de uma mensagem gravada, enalteceu o "notável trabalho" realizado.

"Os portugueses, somos muito conhecidos no mundo pela nossa capacidade de trabalho, pela nossa dedicação e desenvolvimento dos países para onde nos dirigimos, mas também por conseguirmos, mesmo quando estamos deslocados, preservar a nossa cultura", disse.

A história do IPC, acrescentou, é a de "40 anos a defender a nossa cultura, a trabalhar a portugalidade, num país que tem passado por altos e baixos, e onde muitas vezes a vida da nossa comunidade é complexa. Saúdo-vos, 40 anos é notável", disse Emídio Sousa, manifestando a esperança de se deslocar em breve a Caracas.

Durante o aniversário foi feitas "homenagens póstumas" a vários membros da direção do IPC já falecidos e apresentados os livros "Breves Notas" sobre a Ciência, o Medo e as Conexões, de Gonçalo M. Tavares, traduzido em castelhano, e "A minha última tábua de salvação", do luso-venezuelano Luís Rodrigues, publicado em português.