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Federica Mogherini demite-se de reitora do Colégio da Europa

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FOTO Olivier Matthys/EPA

A ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE) Federica Mogherini demitiu-se hoje de reitora do Colégio da Europa, após ter sido envolvida numa investigação de corrupção.

Num comunicado hoje divulgado, Mogherini referiu que "em linha com o máximo rigor e isenção com que sempre desempenhei as minhas funções, decidi hoje apresentar a minha demissão do cargo de reitora do Colégio da Europa e diretora da Academia Diplomática da União Europeia".

Federica Mogherini foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.

A ex-alta representante da UE para a Política Externa e Segurança da UE -- e por inerência vice-presidente do executivo comunitário durante a presidência da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker (2014-2019), foi detida na terça-feira, na sequência de buscas feitas às instalações do Colégio da Europa.

Foi depois interrogada durante cerca de 10 horas.

A ex-chefe da diplomacia do bloco comunitário europeu é reitora daquela instituição académica, na cidade belga de Bruges desde setembro de 2020.

Em causa está o alegado favorecimento de uma candidatura para um projeto para instrução de jovens diplomatas que recebeu financiamento da UE.

De acordo com a Procuradoria Europeia, o projeto vencedor teve acesso a informação confidencial que o beneficiou.

Além da ex-vice-presidente da Comissão Europeia e do diplomata italiano, um funcionário do Colégio da Europa também foi detido e enfrenta as mesmas acusações.

Os três foram libertados, uma vez que a Procuradoria Europeia diz que não há perigo de fuga.

O Colégio da Europa é conhecido como a instituição académica da elite europeia e é uma escola de renome para a formação de diplomatas.

O Presidente de França, Emmanuel Macron, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, frequentaram a instituição, assim como os antigos presidentes da Comissão Europeia Jacques Delors e Jean-Claude Juncker, e o primeiro-ministro polaco e antigo presidente do Conselho Europeu Donald Tusk.