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Madeira

"PIB da Madeira vai ultrapassar os 8.040 milhões em 2025"

Albuquerque anuncia previsões recorde e reafirma confiança no crescimento económico

Foto ASPRESS
Foto ASPRESS

Na cerimónia de entrega de prémios das 500 Maiores e Melhores Empresas da Madeira, que decorreu no Terreiro do Savoy Palace, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, destacou as previsões de crescimento económico e elogiou o contributo decisivo das empresas para o desenvolvimento da Região. “Estamos de parabéns. Estes números são irrefutáveis e representam o resultado do nosso esforço colectivo”, afirmou.

Albuquerque sublinhou que a Madeira contabiliza já 54 meses consecutivos de crescimento económico, registando entre 2023 e 2025 um desempenho 3,2% acima da média nacional, apesar da condição ultraperiférica. O presidente avançou ainda as novas estimativas do Produto Interno Bruto regional: a Madeira vai ultrapassar, em 2025, os 8.040 milhões de euros, valor inicialmente previsto, e deverá atingir 8.460 milhões em 2026. Este desempenho coloca a Região nos 109% da média nacional, ultrapassando a desvantagem estrutural com que partia.

O líder madeirense atribuiu estes resultados aos investidores, às empresas, aos trabalhadores e às famílias que, disse, “arriscam e transformam economicamente a nossa terra”. O crescimento tem tido consequências claras: a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 22 anos, aumento do consumo, forte dinâmica no investimento e um clima de confiança sustentado. “Temos hoje um quadro estável de quatro anos, onde a confiança e a previsibilidade estão instaladas. Isso ajuda muito a manter o investimento e a capacidade de assumir risco”, afirmou.

O chefe do Executivo anunciou que o Orçamento Regional será apresentado ainda este mês e que continuará a apostar no desagravamento fiscal, dentro dos limites constitucionais que permitem reduções até 30%. O IRC manterá o diferencial máximo, acompanhando a redução faseada acordada a nível nacional, e o objectivo do Governo é atingir uma taxa de 10% em três anos. No IRS, a redução de 30% passará a abranger o primeiro escalão já em 2025, permitindo — segundo disse — aliviar a carga fiscal de todos os contribuintes. Também a taxa de retenção das profissões liberais baixará para 16%.

Ao todo, o Governo Regional prevê devolver 222 milhões de euros a famílias e empresas através de IRS, IRC, IVA e redução do imposto sobre combustíveis. Albuquerque destacou igualmente o esforço de consolidação financeira: entre 2021 e 2024, a Madeira amortizou mais de 1.200 milhões de euros de dívida pública, fixando o rácio dívida/PIB em 61%, abaixo da média nacional e da média europeia. “Não vale a pena dizerem que isto resulta apenas do crescimento do PIB. Temos feito uma redução efectiva da dívida”, afirmou.

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O presidente reiterou que a estratégia económica da Madeira passa por valorizar os sectores tradicionais — com destaque para o turismo, “pedra angular da economia” — ao mesmo tempo que se acelera a diversificação, nomeadamente através do crescimento exponencial das empresas tecnológicas. Mas essa diversificação, frisou, “tem de ser complementar”, sem substituir os pilares essenciais.

O caminho, defendeu, é o do “upgrade”: produtos e serviços de maior valor acrescentado, que permitam aumentar rendimento e competitividade. Para ilustrar, recordou a evolução do rum da Madeira, que passou de um consumo residual para um mercado de alto valor, com garrafas antigas que hoje valem centenas de euros. “O que aconteceu com o rum tem de acontecer em todas as áreas: melhor produto, melhor serviço e melhor preço”, afirmou.

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Albuquerque encerrou a intervenção reafirmando que o Governo continuará a trabalhar para garantir que a Madeira mantém a trajectória de crescimento. “Temos um grande desafio, mas tenho a certeza de que o vamos vencer”, concluiu.