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Madeira

Dançando com a Diferença participa em debate sobre arte inclusiva e transformação social

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Foto Cláudia Caires Sousa

O director artístico da Dançando com a Diferença, Henrique Amoedo, participou esta quarta-feira na mesa-redonda 'Conversas com Arte', realizada no Museu da Electricidade – Casa da Luz. A iniciativa foi promovida pela Direcção Regional de Educação, através da Direcção de Serviços de Educação Especial, no âmbito das comemorações dos Dias Internacional e Nacional da Pessoa com Deficiência.

A sessão integrou o seminário 'Construir com o Digital', alinhado com os objectivos do Ano Europeu da Educação para a Cidadania Digital, e centrou-se na importância das práticas artísticas inclusivas e no papel das artes na promoção do acesso, participação e cidadania cultural.

Além de Henrique Amoedo, participaram no debate Henrique Barros, da Companhia 48/CRPSF, Sofia Faria, do Serviço Técnico de Educação Especial, e Catarina Canhoto, da EB1/PE/C Eng. Luís S. Costa. A moderação esteve a cargo da jornalista Rita Aleluia Abibe.

Na sua intervenção, Henrique Amoedo defendeu a arte como ferramenta de transformação pessoal e social. "O contacto com a arte permite uma viagem interna e um processo de autodescoberta que coloca a pessoa perante as suas dificuldades. No caso das Pessoas com Deficiência, uma das maiores barreiras são os nãos: não podes, não consegues. Nas nossas metodologias não valorizamos os nãos, mas sim as capacidades", afirmou.

O director artístico explicou que o desenvolvimento destas capacidades tem um impacto directo na vida dos participantes: "as pessoas melhoram a sua autoestima e passam a ver-se de outra forma", destacando a arte como instrumento de fortalecimento das competências expressivas e criativas.

Henrique Amoedo sublinhou ainda o efeito multiplicador do trabalho desenvolvido pela companhia. "Criamos 'ondas de choque': primeiro transformamos o indivíduo, depois a família, depois a comunidade e, por fim, a sociedade. Estas transformações acabam por influenciar também as estruturas artísticas - programadores, teatros, directores - e abrem espaço para artistas com deficiência assumirem o primeiro plano, como coreógrafos, criadores ou figurinistas. Em 2027 teremos a primeira coreógrafa da companhia com deficiência".

O encontro contribuiu para ampliar a literacia artística e reforçar a criação de contextos acessíveis, consolidando práticas que reconhecem a diversidade como motor de inovação cultural.