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Carneiro diz que todo o PS está mobilizado por Seguro e pede apoio da esquerda

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Foto Lusa

O líder socialista defendeu hoje que "todo o PS está mobilizado" para ir para o terreno nas presidenciais apoiar António José Seguro, ao lado de quem estará em momentos da campanha, apelando ao voto da restante esquerda.

José Luís Carneiro e António José Seguro estiveram esta tarde reunidos durante mais de uma hora em Lisboa e, no final, em declarações aos jornalistas, o secretário-geral do PS lembrou o "património de princípios e de valores defendidos a partir da Presidência da República" por Mário Soares e Jorge Sampaio, considerando que o candidato presidencial apoiado pelos socialistas "tem todas as qualidades" para garantir a defesa desse mesmo património.

"É para o PS um orgulho ter um candidato com as suas qualidades e todo o PS está mobilizado para esta fase, que após a fase do debate político entre os candidatos, agora é uma fase de ir para o terreno, ao encontro e ao diálogo com as pessoas e com os cidadãos e com as instituições", afirmou.

Seguro, segundo Carneiro, "contará com todo o apoio, com todo o empenhamento, com toda a mobilização dos socialistas de todo o país", incluindo ele próprio, que estará na campanha ao seu lado sempre que se "justifique oportuno e adequado", a primeira das vezes logo no arranque oficial da campanha, domingo, na apresentação da Comissão de Honra da Candidatura.

Tal como tinha feito no jantar de natal do grupo parlamentar do PS, o líder socialista falou para o "povo da esquerda" e disse que, para quem entende que "a esquerda democrática deve ter um candidato na segunda volta das presidenciais", só António José Seguro tem essas condições.

"Não está em causa o mérito, a respeitabilidade, a legitimidade de todas as outras candidaturas à esquerda do PS, mas é para todos evidente que só uma candidatura tem condições para ir à segunda volta e, mais uma vez, deixo ficar um apelo às outras candidaturas para que procurem avaliar a possibilidade de apoiarem a candidatura do António José Seguro na medida em que é a única que pode ir à segunda volta", reiterou.

Seguro satisfeito com apoio e presença do PS na campanha

O candidato presidencial António José Seguro manifestou hoje satisfação com o apoio e presença do PS na campanha, mas assegurou que "não há contaminação" porque a natureza da candidatura suprapartidária mantém-se e dirige-se a todos os portugueses.

Menos de uma semana antes do arranque oficial da campanha para as eleições presidenciais, António José Seguro reuniu-se durante mais de uma hora com o líder do PS num hotel em Lisboa, tendo o candidato começado por "sublinhar e agradecer a reafirmação do apoio" de José Luís Carneiro à sua corrida a Belém.

"A mim não me atrapalha absolutamente nada. Pelo contrário, vejo isso com uma grande naturalidade e com satisfação. Porquê? São candidaturas suprapartidárias, aliás a nossa Constituição diz isso com muita clareza, é a única eleição em que os partidos não podem apresentar candidatos, agora os partidos fazem parte do nosso sistema político, são essenciais ao nosso sistema político", respondeu, quando questionado sobre se a presença e o apoio do PS o atrapalhavam tendo em conta a sua afirmação de independência.

Seguro considerou que o apoio do PS "é positivo" mas defendeu que "não há contaminação".

"Nem o doutor José Luís Carneiro se deixa contaminar por mim, nem eu me deixo contaminar pelo Partido Socialista no sentido de alterar a natureza desta candidatura", enfatizou.

A sua candidatura, nas palavras do ex-líder do PS, dirige-se "a todos os portugueses", aos progressistas, aos humanistas, aos democratas, afirmando a sua ambição de "ser o Presidente de todos os portugueses e de todas as portuguesas".

"Tivemos uma reunião muito positiva em que o foco foram os problemas do país e a situação também a nível europeu, designadamente o conflito que ainda existe na Ucrânia", referiu.

Sublinhando "a disponibilidade para se inovar na situação política em Portugal com uma cultura de compromisso que é centrada nas soluções dos portugueses", Seguro adiantou que ouviu essa mesma disponibilidade Carneiro.

"Ele próprio me entregou um conjunto de posições que o Partido Socialista já entregou ao primeiro-ministro e para mim, naquilo que considero que deve ser o exercício da minha presidência para o futuro, vejo como um sinal muito positivo que exista a disponibilidade de um grande partido político português para se focar nas soluções para resolvermos os problemas que o país tem e que os portugueses têm", enalteceu.

O candidato presidencial apoiado pelo PS disse ainda que entregou ao líder socialista - tal como tinha feito no debate com o líder do Chega, André Ventura -- a sua "proposta para se elaborar um pacto para a saúde, para salvar o Serviço Nacional de Saúde e para que exista saúde a tempos e horas para todos os portugueses".

"Queria sublinhar, em primeiro lugar, a importância desta reunião, focada em soluções para resolver os problemas dos portugueses e assinalar com muita satisfação, com muito regozijo, esta disponibilidade para essa cultura de compromisso", enfatizou.

As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.  

Concorrem a estas eleições 11 candidatos, um número recorde.

Os candidatos são Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes (apoiado pelo PSD e CDS), António Filipe (apoiado pelo PCP), Catarina Martins (Bloco de Esquerda), António José Seguro (apoiado pelo PS), o pintor Humberto Correia, o sindicalista André Pestana, Jorge Pinto (apoiado pelo Livre), Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), André Ventura (apoiado pelo Chega) e o músico Manuel João Vieira.