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Madeira

USAM perspectiva grande mobilização dos madeirenses na greve geral de dia 11

Iniciativa de hoje teve lugar no Largo do Chafariz, no centro do Funchal. 
Iniciativa de hoje teve lugar no Largo do Chafariz, no centro do Funchal. , Foto ML

A União dos Sindicatos da Madeira (USAM) perspectiva uma grande mobilização dos trabalhadores madeirenses no próximo dia 11 de Dezembro, com adesão à Greve Geral convocada pela intersindical Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e pela União Geral de Trabalhadores (UGT) como forma de protesto contra o pacote laboral que o Governo da República apresentou nas últimas semanas. 

Elisa Mendonça, dirigente da USAM, esteve esta tarde no Largo do Chafariz a sensibilizar os trabalhadores regionais para a importância desta luta. Aos jornalistas, deu conta de que iniciativas como a que decorreu esta tarde no centro da cidade do Funchal visam "provocar quem passa na rua e alertar para o que está em causa", com grande enfoque na perda de direitos por parte das mulheres. "Os direitos das mulheres não são moeda de troca e não são negociáveis", assegura, apelando, por isso, a uma mobilização dos trabalhadores para esta causa.

Falando de algumas das 100 medidas que estão em causa nesta revisão da Lei Laboral promovida pelo Executivo liderado por Luís Montenegro, Elisa Mendonça lamenta o 'ataque' à contratação colectiva, um instrumento que permitiu, aos trabalhadores, a conquista de alguns direitos, não deixando, nesse conjunto, de incluir os direitos da amamentação ou do horário flexível. 

Nesse sentido, diz ser "importante que todas as mulheres, como forças motrizes da sociedade, possam aderir", apelando, por conseguinte, à sua participação na concentração agendada para as 11h30, do próximo dia 11, junto à Assembleia Legislativa da Madeira. 

Convicta de que "este pacote laboral é para cair", pelo menos no que depender dos trabalhadores e das estruturas sindicais regionais, a representante da USAM nota que a informação que têm recolhido aponta para uma boa adesão à greve geral. "Os trabalhadores até ficam incrédulos de como é que é possível estarem a retirar estes direitos, mas estes direitos estão em cima da mesa e não podem retirar os nossos direitos", reforça, lamentando que "enquanto para outros há sempre mais, para quem trabalha é só cortar".

Concordando que a legislação laboral está desajustada das exigências económicas actuais, Elisa Mendonça não 'alinha' nos argumentos apresentados pelo Governo da República e assegura que a mudança tem de ser no sentido de conferir mais e melhores direitos aos trabalhadores. 

"O Governo tem razão quando diz que [a lei laboral] não está adequada, mas é para haver uma melhoria nas condições de trabalho, para haver uma melhoria nas condições de vida das pessoas. Por isso, sim, tem de mudar, mas não é com estes critérios, não é com esta suposta flexibilidade, que vai fazer com que, por exemplo, os trabalhadores sejam obrigados a trabalhar mais duas horas por dia", constata. 

Questionada sobre que sectores, na Região, deverão aderir mais à paralização geral, Elisa Mendonça aponta a função pública, não deixando de mencionar, igualmente, o sector do comércio ou dos serviços, incluindo transportes, recolha de lixo. "Temos alguns dados que apontam para boa participação", realça. 

Sobre os constrangimentos que essa greve geral poderá originar, a sindicalista da USAM salienta que "o constrangimento destas 100 medidas é muito maior do que um dia de paralisação. E se este Governo não cair, o constrangimento que vamos ter daqui para o diante será muito maior, porque eles não ficam por isto. Se este pacote laboral for adiante, acreditem que isto não fica por aqui", sustenta, aos jornalistas. 

Reforçando o apelo à adesão à greve, Elisa Mendonça defende que "este pacote laboral tem de cair e é para cair, porque se não cair, depois deste aprovado, virão outras medidas", prevê aquela dirigente sindical. 

No dia 11 de Dezembro, as várias estruturas sindicais da Região, incluindo as que integram a USAM, têm preparadas várias inciativas para mobilizar os trabalhadores, inclusivé na véspera.