Terrabona lança primeiro vinho natural e anuncia expansão para 14 unidades turísticas
A visita desta manhã do presidente do Governo Regional ao empreendimento Terrabona Nature & Vineyards, na Boaventura, serviu para apresentar a nova imagem dos Vinhos Terrabona e o primeiro vinho natural, vegan e sem sulfitos produzido na Região. Mas acabou por trazer também uma novidade estruturante: o espaço turístico vai crescer. A unidade, que integra vinhas, adega e oferta de alojamento, irá aumentar de capacidade para 14 unidades, devido ao sucesso da procura registado nos últimos meses.
O proprietário e dinamizador do projecto, Marco Noronha Jardim, explicou que o mercado internacional representa 90 % das vendas e que há uma tendência clara para vinhos mais naturais, biológicos e certificados como vegan. “O que procuramos fazer aqui é uma viticultura o mais orgânica possível. Não lhe digo que é 100% biológica, mas está muito perto disso. Praticamente não usamos químicos nas propriedades e estamos agora a avançar para vinhos sem sulfitos, usando um produto orgânico desenvolvido em Portugal”, afirmou.
A micro-adega criada com apoio do Instituto do Vinho já produz referências exclusivas em quantidades muito reduzidas. O vinho apresentado hoje tem uma produção de apenas 250 garrafas, seguindo a lógica de diferenciação do projecto. Também o Loureiro premiado com medalha de ouro conta apenas com 200 garrafas.
O projeto agrícola assenta sobretudo em três castas brancas — Riesling, Loureiro e Terrantez — e prevê aumentar a produção anual para cerca de 4 a 5 mil garrafas nos próximos dois a três anos, à medida que as vinhas plantadas desde 2020 entrarem em plena maturação. “Queremos fazer coisas diferentes. Nem todas resultam, mas o objectivo é ter vinhos exclusivos, de grande qualidade e ser referência”, explicou Marco Noronha.
Com cerca de 4 mil metros quadrados de área de vinha e um conceito orientado para nichos internacionais que valorizam sustentabilidade e autenticidade, o proprietário sublinha que a rentabilidade do projecto só é possível integrada num plano turístico mais amplo. Por isso, a expansão das unidades de alojamento é vista como essencial para garantir a sustentabilidade económica do conjunto.
Por isso a marca prepara também o arranque da segunda fase do seu projecto turístico no primeiro trimestre do próximo ano, integrando vinhas, natureza e alojamento numa oferta conjunta que procura posicionar a Boaventura como destino diferenciador de enoturismo na Madeira.