Briga sindical de bombeiros na Madeira em dia de greve geral
SNPC acusa Federação de Bombeiros da RAM de reunião "quase secreta" e discriminação sindical
O Sindicato Nacional da Protecção Civil (SNPC) veio a público, através de comunicado, denunciar aquilo que classifica como uma "verdadeira palhaçada discriminatória" após ter tido conhecimento de uma reunião entre a Federação de Bombeiros da Região Autónoma da Madeira (FEDRAM) e entidades patronais, da qual foi excluído.
Segundo o comunicado divulgado pelo SNPC, o sindicato tomou conhecimento do encontro através de um e-mail emitido pela Federação de Bombeiros da RAM, tratando-se de "uma reunião quase secreta, sem oposição nem qualquer contestação ao que ali se cozinhou".
A estrutura sindical, que se apresenta como "o Sindicato que maior número de Bombeiros representa", manifesta indignação por ter sido afastada de negociações relacionadas com a adesão dos bombeiros à greve geral convocada pela UGT e CGTP, sublinhando que esta greve "é para todos os trabalhadores, sindicalizados ou não, de todos os setores de actividade" e dispensa qualquer pré-aviso por parte dos sindicatos.
O SNPC acusa alguns representantes sindicais regionais de estarem "alinhados pela mesma cor política e interesses em comum" com a Federação de Bombeiros, recordando posições anteriores contrárias aos bombeiros profissionais das associações humanitárias. O sindicato refere que, em reuniões passadas onde lutava "com propostas pela equiparação destes Operacionais, aos Bombeiros Sapadores", esses dirigentes "estavam a tentar evitar" essa pretensão.
"O SNPC não aceita ser excluído de nenhuma negociação", afirma o comunicado, invocando o direito constitucional à greve previsto no artigo 57.º da Constituição da República Portuguesa e o artigo 530.º do Código do Trabalho.
Numa referência directa, o sindicato manifesta pesar pela posição do director regional do Trabalho, Savino Correia, pedindo-lhe que "não se deixe enredar em teias que nada têm a ver com os nossos Bombeiros".
Em resposta ao que considera uma tentativa de discriminação, o SNPC anuncia que irá reunir o seu Secretariado Nacional para "reflectir sobre o e-mail da FEDRAM, da sua ligação umbilical a dirigentes regionais" e decidir sobre medidas a tomar face a esta "verdadeira violação do Direito à Negociação".
O sindicato garante que "nunca negociará nas costas" dos bombeiros e reafirma-se como "o único sindicato que defende os Bombeiros Profissionais das Associações Humanitárias", apelando à adesão à greve "se assim o entenderem", sempre respeitando e assegurando "o socorro inadiável à população".