O “democrata” contraditório

Depois das declarações, das saudações fascistas de braço estendido e dos elogios ao regime ditatorial do Estado Novo (EN), André Ventura (AV) assume publicamente duas posturas opostas e inconciliáveis quando afirma que é um “democrata” para logo de seguida se contradizer ao proclamar que Portugal precisa de “3 salazares”, fazendo a apologia da ditadura retrógada do EN, que levou Portugal a atrasar-se enormemente no seu desenvolvimento em todos os setores e a todos os níveis em comparação com os restantes países europeus democráticos.

A afirmação de AV de que Portugal após 50 anos de democracia está pior, seja em que domínio for, do que no tempo do EN e do ditador de Santa Comba (dSC), é uma enorme mentira de quem por manifesta má-fé tem como objetivo primordial enganar aqueles que não têm a mínima noção das carências a todos os níveis (económico, social, saúde) que afetavam os portugueses no tempo da ditadura do EN, para tentar minar a sua confiança na democracia, seguindo as diretivas do movimento da extrema direita pró-fascista mundial refletida no maga de Trump (DT), cujo objetivo é subverter os regimes democráticos e impor a todo o custo governos liderados por autocratas/ditadores que segundo esses extremistas pro-fascistas do maga seriam “ungidos por deus”, num registo de certa forma semelhante ao dos fundamentalistas islâmicos, para assim procurarem “justificar” os seus ataques à liberdade e aos direitos fundamentais que só podem ser assegurados em democracia.

Ao contrário do que afirma AV em nenhum regime autocrático/ditatorial se combate verdadeiramente a corrupção, e o en do dSC não foi exceção, já que nesses regimes os “corruptos” são quem se opõe a essas autocracias/ditaduras, bastando estar atento ao que diz DT e mentor de AV, quando se refere aos seus adversários políticos chamando-lhes “corruptos” apenas e só porque são seus adversários.

é fundamental para que o combate à corrupção seja consequente haver liberdade de expressão, nomeadamente dos media, haver a separação e a independência de facto e não apenas formal dos poderes executivo, legislativo e judiciário, e isso só é possível em democracia, tal como existe atualmente no nosso regime democrático, já que num regime autocrático/ditatorial esses poderes estão manietados e subjugados pelo poder absoluto, discricionário e persecutório dos autocratas/ditadores, que os comandam de acordo com os seus objetivos, como acontece na Rússia de Putin.

O que AV está a dizer-nos ao fazer a apologia dos “3 salazares” é que é um falso democrata e que se algum dia os portugueses lhe permitissem ser 1º ministro seria três vezes pior do que foi o dSC.

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