V Conferência do Caminho Real da Madeira debate "Equilíbrio Insular: Pessoas, Natureza e Cultura"
Evento decorre no próximo sábado, 29 de Novembro, no Museu da Eletricidade Casa da Luz no Funchal
A quinta edição da Conferência do Caminho Real da Madeira realiza-se no próximo dia 29 de Novembro de 2025, "um encontro dedicado à reflexão sobre o papel dos Caminhos Reais no equilíbrio entre turismo, natureza e cultura, num momento marcado pelo aumento significativo da procura turística, pelo reforço das exigências de segurança nos percursos e pela necessidade de preservar a identidade e a paisagem humanizada da Madeira", salienta uma nota de imprensa da Associação do Caminho Real da Madeira.
A promotora do evento que decorre no Museu da Eletricidade Casa da Luz, no Funchal, salienta que os trabalhos começam a partir das 09h00 de sábado, onde se vai debater o tema geral 'O Caminho Real e o Equilíbrio Insular: Pessoas, Natureza e Cultura'. "Esta edição procura reforçar o debate público sobre os desafios que a Região enfrenta na gestão dos seus recursos naturais e culturais num contexto de pressão crescente sobre o território", anuncia.
Assim, "a conferência integra dois painéis temáticos moderados pelos jornalistas Nicolas Fernandez e Celina Faria, reunindo especialistas com experiência comprovada nas áreas do turismo sustentável, investigação académica, segurança em ambiente natural, cultura, audiovisual e desenvolvimento humano".
No primeiro painel, debate-se o 'Território e Pressão' e "contará com a presença de Dinarte Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Santana, cuja acção municipal tem integrado a valorização do turismo de natureza e a segurança dos percursos; Élvio Camacho, investigador da Universidade da Madeira no domínio da sustentabilidade turística e da capacidade de carga; e Renato Goulart, guia de montanha nos Açores, com mais de trinta anos de experiência na Montanha do Pico e autor do documentário '2351'", informa.
E acrescenta: "Este painel irá refletir sobre os impactos económicos e sociais do pedestrianismo nos territórios de baixa densidade, sobre as necessidades crescentes de salvaguarda da segurança e socorro, e sobre os desafios associados à preservação da harmonia entre a fruição turística, a envolvente natural e a paisagem humanizada. A discussão incidirá também na forma como a pressão turística influencia comunidades locais, redes de serviços, dinâmicas económicas e políticas de ordenamento dos trilhos e Caminhos Reais."
Já no segundo painel, vai debater o 'Caminho Interior' para abordar "a dimensão humana, cultural e espiritual do ato de caminhar. Participará Padre Francisco Caldeira, sacerdote reconhecido pelo trabalho social desenvolvido ao longo de décadas junto de comunidades vulneráveis; Natércia Xavier, técnica superior com vasta experiência no setor cultural e na gestão de políticas públicas de cultura; e Rafael Santos, diretor executivo da Associação do Filme, Televisão e Multimédia da Madeira, com experiência consolidada na área do audiovisual e na dinamização cultural".
E justifica: "Este painel destacará a relevância dos caminhos de peregrinação, a espiritualidade e interioridade associadas ao percurso, bem como o Caminho como instrumento pedagógico e de transmissão de conhecimentos, capaz de aproximar gerações, promover aprendizagens significativas e reforçar a consciência patrimonial. Serão ainda debatidos os efeitos terapêuticos do pedestrianismo na saúde física e mental, assim como o potencial criativo associado ao cinema e às indústrias culturais na valorização do território."
De acordo com a nota assinada pelo presidente da ACRM, Miguel Silva Gouveia, "a V Conferência do Caminho Real da Madeira pretende contribuir para um debate informado sobre a relação entre turismo, segurança, identidade, preservação da paisagem e desenvolvimento sustentável, reforçando a importância dos Caminhos Reais enquanto património vivo e estruturante para o futuro da Madeira".
Refira-se, por fim, que "a entrada é livre e dirigida ao público geral, a profissionais, investigadores, entidades públicas e a todos os que se interessam pelo futuro dos Caminhos Reais e pelo equilíbrio entre turismo, natureza e cultura".