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Eleições Autárquicas Madeira

IL defende plano de três fases para combater insegurança em Câmara de Lobos

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A candidatura da Iniciativa Liberal à Câmara Municipal de Câmara de Lobos critica a ausência de estratégia da Câmara Municipal e do Governo Regional no combate à delinquência e insegurança em Câmara de Lobos. Por isso, o partido defende a criação de um plano estruturado em três fases — valorização pessoal, socialização e integração no mercado de trabalho — como alternativa eficaz ao modelo actual, considerado insuficiente e incapaz de dar resposta ao problema.

Humberto Jardim considera que "a delinquência e os problemas de insegurança continuam a crescer em Câmara de Lobos, sem que a Câmara Municipal e o Governo PSD/CDS tenham mostrado capacidade para lhes dar resposta"

Achar que basta fazer um acordo com uma IPSS e está tudo resolvido é não ter a mínima noção da dimensão do problema. As estatísticas e os relatos da população confirmam o que se sente nas ruas: agressões (infelizmente, inclusive já com desfechos trágicos), consumo de drogas, actos de vandalismo, coacção e perseguição na "caça à moeda". Tudo isto afecta não só a imagem do concelho, mas sobretudo a qualidade de vida de quem aqui vive e afeta quem nos visita. Humberto Jardim

Para a Iniciativa Liberal, a ausência de estratégias consistentes tem deixado famílias, comerciantes e instituições sozinhas perante um problema grave, que fragiliza a confiança da comunidade.

"A solução não passa pelos internamentos compulsivos defendidos pelo Presidente do Governo Regional. Os internamentos até podem fazer parte da solução mas nunca no actual modelo de apenas substituir uma droga por outra, quando, durante e após isso, o paciente é deixado à sua sorte, voltando, de forma natural, às mesmas rotinas", considera o cabeça-de-lista.

O candidato defende que o problema tem que ser abordado através de uma rede com hierarquias bem definidas, períodos de tempo adequados e, acima de tudo, uma estratégia clara, suportada em 3 fases distintas. Explica então que "a primeira fase passa por uma forte valorização pessoal. A segunda por uma forte componente de socialização e a terceira pela integração no mercado de trabalho". "Entendemos que só assim se consegue minimizar o problema”, reforça Humberto Faria.

No que diz respeito à valorização pessoal, a primeira fase do tratamento teria que ser acompanhada por uma componente de formação profissional, assegurada em articulação entre estabelecimentos de ensino e unidades de saúde. 

A segunda fase passaria por um saída progressiva do paciente, conjugada com a sua integração em grupos de auto ajuda e/ou de pessoas que já passaram pela mesma situação e que, estando socialmente reintegradas, possam ser um exemplo em termos de motivação para a mudança de hábitos. 

Numa terceira fase entrariam as Câmaras Municipais e as Juntas Freguesia, que incluíram estas pessoas em programas ocupacionais sazonais, de, por exemplo, 1 ano, trabalhando integradas nas demais equipas das autarquias, consoante as valências que tivessem adquirido na primeira fase. Após esse período, seria a Câmara a contactar as empresas do concelho no sentido de, com base em dados concretos, fomentar a integração no mercado de trabalho e na sociedade. 

“Mas para isto é preciso pensar, montar uma estratégia, delinear os planos e pô-los em prática, coisa que nem Autarquia, nem Governo Regional, estão a fazer. A delinquência não é uma fatalidade: é o resultado de anos de inação e falta de estratégia. Câmara de Lobos tem todas as condições para ser um concelho seguro e próspero, se houver coragem política para agir. O que hoje gera medo pode, com visão e trabalho, tornar-se em confiança e futuro”, conclui Humberto Faria.