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Madeira

Ivone Martins revela na MadIT 2025 o lado bom dos vírus no combate à doença de Alzheimer

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Foto DR

A investigadora Ivone Martins, especialista em biotecnologia, microbiologia e genética molecular, apresentou esta sexta-feira, na MadIT 2025, Madeira Innovation Talks, uma perspectiva inovadora sobre o papel dos vírus na medicina: 'Nem todos os vírus são maus.' 

Segundo nota de imprensa, Ivone Martins explicou como os bacteriófagos vírus que infectam bactérias, mas são inofensivos para o ser humano e podem ser aliados na detecção precoce e no tratamento da doença de Alzheimer.

 Actualmente, lidera dois projectos de grande impacto: EARLY, focado na detecção precoce da doença antes do aparecimento de sintomas, e HÉRCULES, dedicado ao tratamento do Alzheimer. Este último foi recentemente distinguido com um prémio atribuído pela farmacêutica internacional Zendal.

A cientista alertou que o Alzheimer poderá atingir 100 milhões de pessoas até 2050, com um novo caso diagnosticado a cada minuto, sublinhando que o diagnóstico atual é tardio e, na maioria dos casos, irreversível. Daí a importância de desenvolver ferramentas de deteção precoce e terapias personalizadas, capazes de intervir antes da manifestação clínica da doença.

Segundo a investigadora, os bacteriófagos modificados geneticamente criados pela sua equipa  designados AB30-39 e AB33-42  permitem identificar proteínas tóxicas associadas ao Alzheimer e demonstram reduzir a degeneração cerebral, melhorando a função cognitiva e a memória em testes laboratoriais. Estes resultados sustentam o avanço do projecto HÉRCULES, que explora o uso terapêutico dos vírus como ferramenta de regeneração neural.

Na nota enviada lê-se, ainda, que "Ivone Martins destacou ainda que a terapia fágica foi recentemente aprovada em Portugal, estando a ser desenvolvida no Laboratório de Biotecnologia do Minho. Num contexto de crescente resistência bacteriana aos antibióticos, os bacteriófagos surgem, segundo a investigadora, como uma nova linha de defesa médica e uma aposta promissora na medicina personalizada." 

O objectivo final, concluiu, "é transferir a tecnologia do meio académico para a prática clínica, tornando possível que estas soluções biotecnológicas cheguem aos doentes e contribuam para uma abordagem mais eficaz e sustentável da doença de Alzheimer."