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Bispos católicos das Caraíbas criticam aumento de tropas dos EUA na região

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A Conferência Episcopal dos Bispos das Antilhas, que reúne líderes religiosos católicos, criticou hoje o aumento das tropas norte-americanas no mar das Caraíbas para combater, segundo o governo norte-americano, o tráfico de drogas.

A entidade religiosa avisou num comunicado publicado no seu portal que as manobras militares podem acarretar "possíveis implicações para o bem-estar socioeconómico, político e humanitário da região e do seu povo".

"O diálogo e a cooperação são urgentemente necessários para aliviar as crescentes tensões geopolíticas e promover uma paz duradoura", defendem na nota.

As declarações dos líderes católicos surgem na sequência do envio por Washington de navios militares, aviões de combate e tropas para as Caraíbas com o objetivo, segundo o governo de Donald Trump, de combater o tráfico de droga.

Desde que Trump enviou as primeiras tropas para a região, estas realizaram dez ataques contra supostas embarcações com cargas de drogas no Caribe e no Pacífico, com 43 mortos.

"Estamos numa encruzilhada. O tráfico de drogas continua a devastar as sociedades caribenhas, a corroer vidas, futuros e o próprio tecido moral das nossas comunidades", opinaram os bispos.

No entanto, os prelados antilhanos expressam a sua rejeição à agressão e à intimidação como meios para resolver conflitos ou diferenças ideológicas

As declarações dos bispos ocorrem ao mesmo tempo em que, neste domingo, outras tropas americanas, incluindo o contratorpedeiro USS Gravely, da Marinha dos Estados Unidos, chegaram a Trinidad e Tobago para realizar exercícios militares durante vários dias.

O pequeno país caribenho está localizado muito perto da Venezuela: a ilha de Trinidad fica a apenas onze quilómetros da costa venezuelana no ponto mais próximo.

Além do contratorpedeiro, espera-se a chegada da Unidade Expedicionária 22 do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.