Brasil regista crescimento de povos, línguas e população indígena
O Brasil identificou um aumento da população de indígenas, de etnias e línguas faladas em 2022, um crescimento após 12 anos desde o último estudo, de acordo com um censo ontem divulgado.
Segundo o Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), no Censo Demográfico 2022 - Etnias e línguas indígenas, o Brasil registou 391 etnias e 295 línguas indígenas faladas.
"São pessoas que se declaravam indígenas, mas não acionavam a pertença a uma etnia povo ou grupo indígena específico, mas que ao longo dos anos vêm valorizando essa pertença fruto de diferentes processos organizativos", explicou, em comunicado, a gestora de Povos e Comunidades Tradicionais e Grupos Populacionais Específicos do IBGE, Marta Antunes.
Estes dados revelam um aumento de 86 etnias e 21 línguas faladas em comparação com o último censo de 2010.
Entre as 29 etnias com mais de 10 mil pessoas, o maior percentual de pessoas residindo em Terra Indígena é da etnia Yanomami/Yanomán, com 94,34%.
O Censo identificou 295 línguas indígenas, com 474.856 falantes de 2 anos ou mais de idade.
Em 2022, a população indígena era composta por 1.694.836 pessoas, em comparação com os 896.917 indígenas, sendo que as etnias com maior população são a Tikúna (74.061), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446).
As quatro línguas com maior número de falantes são: Tikúna (51.978), Guarani Kaiowá (38.658); Guajajara (29.212) e Kaingang (27.482).
"Os dados mostram que a transição do uso exclusivo da língua indígena para o uso combinado com o português ocorre principalmente entre jovens, a partir dos 15 anos de idade para os homens, e dos 20 a 24 anos para as mulheres", detalhou o gestor de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, na mesma nota.
Em 2010, segundo o último Censo, a maioria da população indígena vivia em áreas rurais (63,78%).
Em 2022, o cenário era o oposto, com a maioria (53,97%) a viver em áreas urbanas.