"Ainda não fui informado de nada"
Albuquerque reage às suspeitas do processo Ab Initio
"Eu não faço ideia nenhuma do que estão a falar. Hoje temos um critério de certa complacência com essas notícias, porque vão dizendo tantas coisas… Ainda não fui informado de nada. Alguém informou alguma coisa? Não sei do que é que se está a tratar, não faço ideia. Estou tranquilíssimo", afirmou Miguel Albuquerque, hoje, à margem da visita ao Lobo Marinho.
Confrontado com a possibilidade de o Ministério Público pedir o levantamento das imunidades que detém enquanto presidente do Governo Regional e Conselheiro de Estado, acrescentou:
"Se é pedido o levantamento da imunidade da Assembleia Regional ou do Conselho de Estado, não sei porquê. Diga-me porquê, que eu não faço ideia. Não tenho nada a ver com isso. Ainda não fui contactado por ninguém. Não faço ideia de nada disso."
Questionado sobre o alegado financiamento ilícito do PSD/Madeira:
"Nós estamos há anos… Vamos ver se a gente se entende: isto parece uma brincadeira! Todos os dias sai uma notícia e a honorabilidade das pessoas é posta em causa. Todas as campanhas do PSD são auditadas e fiscalizadas pelo Tribunal Constitucional, como todas as campanhas. Quem trata disso são pessoas ligadas à contabilidade. Eu não percebo nada disso, nem quero perceber, nem quero ter nada a ver com isso."
Quanto à existência de reuniões na Quinta Vigia relacionadas com financiamentos partidários, respondeu com ironia:
"Eu tenho diariamente cinquenta reuniões na Quinta Vigia! Não trato de financiamentos de campanhas, isso é um absurdo. Nem percebo nada disso, nem quero saber."
Conforme noticiado na edição de hoje do DIÁRIO, na página 13, sob o título ‘Processo ‘Ab Initio’ terá conhecido novos desenvolvimentos’, a investigação ao alegado financiamento do PSD/Madeira entrou numa nova fase, segundo o Canal NOW, citando um acórdão de 24 de Setembro.
Nesse documento, o juiz Carlos Alexandre refere que "há ainda intervenientes no processo, com responsabilidade e grau de participação, que estão a ser alvo de investigação", apontando para "todos os participantes nas indiciadas reuniões na Quinta Vigia".
O Ministério Público terá pedido o agravamento das medidas de coacção aplicadas a alguns dos arguidos, pedido recusado. O acórdão menciona ainda que um dos suspeitos é o próprio Miguel Albuquerque, que terá participado numa reunião onde se discutiu o financiamento do partido com vista às eleições.
Para que Albuquerque seja ouvido no processo — como testemunha ou arguido — será necessário levantar as imunidades que o protegem enquanto líder do Governo Regional e Conselheiro de Estado.