Investidores da SAD do Marítimo investigados no Brasil por branqueamento
Grupo empresarial 'Revee S.A.' é suspeito de ligações com o PCC, a principal organização criminosa de São Paulo, avança o Correio da Manhã
O grupo de investidores que pretende adquirir 40% da SAD do Marítimo está a ser investigado no Brasil por ligações ao Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a principal organização criminosa de São Paulo.
De acordo com a notícia avançada este domingo pelo Correio da Manhã, as autoridades brasileiras estão a investigar o envolvimento daqueles empresários num esquema de branqueamento de capitais ao serviço do PCC. O inquérito que está a ser conduzido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público de São Paulo visa o grupo empresarial visado é o 'Revee S.A.', o mesmo que pretende entrar na SAD do clube madeirense.
Segundo revela o Correio da Manhã, o grupo de investidores, liderado por João Carlos Mansur, é suspeito de crimes de branqueamento de capitais, utilizando uma rede de sociedades para lavar dinheiro oriundo do comércio ilegal de combustíveis, actividade controlada pelo PCC.
O grupo – agora sob investigação - está disposto a pagar 15 milhões de euros por 40 porcento da SAD do Marítimo, podendo esse valor chegar aos 51%, mediante o pagamento de mais 4,125 milhões e caso o clube madeirense suba à I Liga.
A venda de 40 por cento da SAD do Marítimo foi aprovada por larga maioria dos sócios do Marítimo, em Assembleia Geral Extraordinária realizada a 18 de Julho último. Dos 488 sócios inscritos, 337 votaram a favor, 44 votaram contra e houve ainda 44 abstenções.
“O projecto da Revee é levar o Marítimo rumo à I Liga”
Na ocasião, o presidente do Marítimo, Carlos André Gomes, congratulando-se com a votação expressiva dos sócios, afirmando que “o projecto da Revee é levar o Marítimo rumo à I Liga.”
Aprovada a venda de 40 por cento da SAD do Marítimo
Os sócios do Marítimo aprovaram por larga maioria, em Assembleia Geral Extraordinária, a venda de 40 por cento da SAD do Marítimo. Dos 488 sócios com direito a voto, 337 votaram a favor, 44 votaram contra e houve ainda 44 abstenções.
Recorde-se que o Marítimo da Madeira-Futebol-SAD apresentou, na semana passada, um resultado negativo de 2,3 milhões de euros no relatório de gestão e contas relativo à temporada desportiva 2024/25 e 12,5 milhões de euros em capitais próprios.
SAD do Marítimo com prejuízo de 2,5 milhões de euros
"Houve uma redução substancial relativamente ao exercício anterior", acentua Bruno Melim, vice-presidente da mesa da Assembleia Geral
Marítimo reage para garantir que a venda de 40% da SAD não está fechada
A Direção do Club Sport Marítimo já reagiu à notícia avançada , esclarecendo que o processo de alienação de parte do capital da Marítimo da Madeira - Futebol, SAD, não está ainda fechado.
"O processo de venda de uma participação na SAD encontra-se, como já foi amplamente informado, em fase de due diligence. Isto significa que o negócio ainda não foi concretizado, sendo este um procedimento padrão e necessário para a validação das condições legais, financeiras e estruturais de qualquer transação desta natureza", lê-se no comunicado publicado na página do Clube.
Lembra que "a decisão de avançar com este processo foi aprovada em Assembleia-Geral pelos sócios do Clube, reflectindo o compromisso da Direcção com a transparência, pelo que, todos os passos serão dados para garantir, como sempre, a total legalidade deste e qualquer negócio".
Acrescenta que o processo, antes da sua concretização, terá sempre de ser submetido à análise do Banco de Portugal, que verifica a origem dos fundos, bem como ao Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), que assegura a idoneidade do negócio e que "apenas após o cumprimento rigoroso de todos estes critérios, e com a entrada efectiva dos valores negociados no Marítimo, é que o negócio será finalizado".
Como tal, a Direcção do Club Sport Marítimo reforça que "não toma qualquer decisão sem garantir todas as salvaguardas legais, financeiras e éticas" e acrescenta que "todo o processo está a ser conduzido com o máximo rigor, de forma a proteger o presente e o futuro da instituição".
Disponibilidade para cooperar com as autoridades
Termina para manifestar disponibilidade em cooperar com as autoridades. "Estaremos sempre de portas abertas para disponibilizar, a qualquer momento, todas as informações relacionadas com a actividade do clube a qualquer entidade reguladora, fiscalizadora ou judicial".