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Madeira

Workshop na Semana da Saúde Mental destaca impacto do “luto migratório”

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O fenómeno do “luto migratório” esteve em destaque esta sexta-feira, 17 de Outubro, no Funchal, durante o workshop 'Migrações & Saúde Mental – Compreendendo o Luto Migratório', integrado na Semana da Saúde Mental.

A iniciativa, promovida pela Associação Amigos da Diáspora e dos Emigrantes Madeirenses (AADEM) e realizada no Centro de Convívio de Santa Luzia, reuniu técnicos, investigadores e representantes de várias entidades públicas e associativas para debater a relação entre migrações e bem-estar psicológico.

Na abertura do encontro, a secretária Regional da Inclusão, Trabalho e Juventude, Paula Margarido, sublinhou a importância de reconhecer e compreender o impacto emocional das mudanças associadas à migração, defendendo que o “luto migratório” deve ser encarado como parte natural do processo de adaptação, apesar de reconhecer que o fenómeno é "muitas vezes silenciado por vergonha, medo de incompreensão ou pela necessidade de mostrar força". Na sua intervenção, a governante destacou a relevância do tema, sublinhando que “cada mudança traz também perdas” e que “quem migra não deixa apenas um território, deixa uma língua, rotinas, redes de apoio e uma identidade tecida no lugar de origem".

A Secretária Regional frisou que a promoção do bem-estar “é um compromisso coletivo e contínuo” e apontou a importância de abordagens integradas que articulem políticas sociais, emprego, educação, juventude e inclusão, reforçando a cooperação entre entidades públicas e sociedade civil.

O evento procurou ainda promover a partilha de experiências e reforçar a cooperação entre entidades públicas e sociedade civil no apoio às comunidades migrantes residentes na Madeira.

Organizado pela AADEM em parceria com a Câmara Municipal do Funchal e outras instituições, o workshop terminou com um apelo à continuidade da reflexão e à valorização do diálogo intercultural no âmbito das políticas de inclusão e saúde mental.

“Ninguém fica sozinho; há redes de apoio, de escuta e de orientação. O bem-estar psicológico é parte integrante das políticas de cidadania e de trabalho digno”, afirmou Paula Margarido, sublinhando o papel essencial de iniciativas como esta “para quebrar estigmas e valorizar o diálogo intercultural.”