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Guterres "profundamente perturbado" com uso de Inteligência Artificial em ataques

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O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se hoje "profundamente perturbado" com os relatos do uso de Inteligência Artificial (IA) nos ataques israelitas em Gaza, resultando num elevado nível de vítimas civis, e defendeu "mudanças significativas no terreno".

Em declarações à imprensa, em Nova Iorque, para assinalar os seis meses de guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, Guterres frisou que "nenhuma parte das decisões de vida ou morte, que afetam famílias inteiras, deve ser delegada ao cálculo frio de algoritmos".

"Há muitos anos que alerto sobre os perigos de transformar a IA em armas e de reduzir o papel essencial da agência humana. A IA deve ser usada como uma força do bem para beneficiar o mundo, não contribuir para travar uma guerra a nível industrial, desfocando a responsabilização", declarou o secretário-geral.

O ex-primeiro-ministro português defendeu ainda que, apesar do Governo israelita ter reconhecido erros no assassínio de sete trabalhadores da World Central Kitchen esta semana, a correção dessas falhas requer investigações independentes e "mudanças significativas no terreno".

"O problema essencial não é quem cometeu os erros, são os procedimentos militares em vigor que permitem que esses erros se multipliquem continuamente", disse.