Prezar e defender a democracia

Escrever uma “Carta ao 25 de Abril” sem mencionar uma vez que fosse a palavra DEMOCRACIA que foi o essencial que nos trouxe o 25 de Abril de 1974, demonstra que para o seu subscritor essa data poderia servir para comemorar tudo e mais alguma coisa exceto a DEMOCRACIA, quiçá o regresso ao poder dos extremistas de direita do Chega (EDC) para impor-nos uma autocracia/ditadura como a da Rússia de Putin que a exemplo de outras merece o amplo apoio dos extremistas de esquerda do PCP (EPCP).

Para os EDC tal como para os EPCP o grande ideal do 25 de Abril nunca foi nem será a DEMOCRACIA nem a LIBERDADE, mas apenas algo como as “amplas liberdades” que Álvaro Cunhal propalava e cuja amplitude não ia além de substituir uma ditadura salazarista (DS) de direita por uma de esquerda com o apoio do regime ditatorial comunista da ex-União Soviética e nisso os EDC e os EPCP equivalem-se.

O nosso regime democrático e a integração da UE permitiram um desenvolvimento económico e social sem precedentes e se não estamos melhor deve-se em grande parte ao brutal atraso do País a todos o níveis durante a DS, quando comparado com o desenvolvimento dos países europeus DEMOCRÁTICOS, ao contrário do que os EDC e os EPCP pretendem convencer-nos.

Em DEMOCRACIA a responsabilidade de quem governa é partilhada com os cidadãos eleitores que têm sempre a oportunidade de corrigir com liberdade democrática a escolha que fizeram se a mesma não correspondeu às suas aspirações, ao contrário do que acontece nas autocracias/ditaduras onde não há liberdade democrática.

A questão não são as linhas vermelhas mas sim as linhas traçadas pelo regime democrático e os partidos democráticos de modo a preservarem ou não a DEMOCRACIA dos extremismos de direita e de esquerda que se servem dela para logo que possam condicioná-la/destruí-la.

O 25 de Abril de 1974 restaurou a DEMOCRACIA a responsabilidade de defendê-la é nossa votando em partidos que a prezam e não nos que a desprezam.

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