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Regionais 2024 Madeira

"O que está a acontecer no Caminho das Ginjas é um espectáculo lamentável de gestão ambiental"

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A Iniciativa Liberal Madeira esclarece que não tem, ainda, uma posição definida sobre a Estrada das Ginjas.  

"Que fique bem claro que a Iniciativa Liberal Madeira não tem, ainda, uma posição definida sobre a conhecida como Estrada das Ginjas. Mas certamente que estas coisas feitas desreguladamente e sem sentido, nos empurram numa determinada direcção", começa por dizer o candidato da Iniciativa Liberal às Eleições Regionais 2024, Nuno Morna, através de uma nota de imprensa. 

Independentemente de tudo, há coisas com que não pactuamos. E esta incúria é uma delas. A decisão tomada pelo Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) de intervir no Caminho das Ginjas na passada semana é, a olhos vistos, um acto de desconsideração brutal e impensada com o ecossistema único da floresta Laurissilva. A justificação apresentada — garantir acessibilidade para prevenção de incêndios e o controlo de espécies invasoras — não passa de um véu que mal consegue encobrir a verdadeira natureza destrutiva desta acção. Não é preciso ser um especialista para perceber que a utilização de buldózeres numa área de tal sensibilidade ecológica é uma decisão temerária e irresponsável, que mostra um profundo desrespeito pela biodiversidade que a própria IFCN deveria proteger".  Nuno Morna 

"As palavras da secretária Regional de Agricultura, Rafaela Fernandes, ao referir que a intervenção está alinhada com a Estratégia de Defesa da Floresta Contra Incêndios, parecem irónicas quando confrontadas com o método de "limpeza" adotado. Arrancar indiscriminadamente flora local, sem qualquer critério aparente, não é um método de defesa, mas sim de ataque — um ataque à própria essência da floresta que deveria ser preservada. Esta acção não é mais do que uma demonstração clara de uma gestão ambiental míope, que escolhe a conveniência temporária em detrimento de soluções sustentáveis de longo prazo", acrescenta.

É impossível ignorar o momento suspeito desta intervenção. À medida que se aproximam as eleições regionais, esta é tão-só mais uma manobra política para iludir o eleitorado de São Vicente, pois tudo ficará por aqui. A presença da polícia florestal e as restrições à circulação podem até dar um ar de seriedade e vigilância, mas não passam de um pano de fundo para uma cena onde a verdadeira protagonista é a destruição insensata".  Nuno Morna 

Diz ainda que "o que está a acontecer no Caminho das Ginjas é um espectáculo lamentável de gestão ambiental, uma intervenção desastrosa que não só compromete a integridade actual da floresta Laurissilva, mas também a sua viabilidade futura".

"É imperativo questionar e responsabilizar aqueles que escolhem ignorar o delicado equilíbrio de um dos mais ricos ecossistemas do mundo em nome de estratégias políticas de curto prazo. A natureza, uma vez violada, não oferece segundas hipóteses", sustenta 

E conclui: "Finalizamos assinalando que as máquinas que esventraram a montanha das Ginjas e dilaceraram a Laurissilva desta lindíssima parte da Madeira, foram cofinanciadas por PRODERAM 2020, Secretaria Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Portugal 2020, Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural, conforme se pode verificar numa das fotografias que juntamos. São os dinheiros comunitários para estas coisas?".