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Madeira

Criada 'task-force' para mitigar os efeitos do sargaço na Madeira e Porto Santo

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Foi aprovada esta quinta-feira, pelo Governo Regional, a criação de um grupo multidisciplinar que mitigar os efeitos da ocorrência de sargaço nos mares e praias da Madeira e Porto Santo, que tem atingido várias frentes costeiras do arquipélago.

A 'task-force' vai envolver várias secretarias regionais, desde a Economia, Mar e Pescas, através da Direcção Regional de Pescas e Mar e da Administração de Portos da Madeira – APRAM, à Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente, através das direcções regionais do Ambiente e Ação Climática, da Agricultura, a empresa Águas e Resíduos da Madeira – ARM, Instituto de Florestas e Conservação da Natureza, bem como a Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil, através do Serviço Regional de Protecção Civil, mas deverá também contar outras entidades públicas.

O diretor regional de Ambiente e Ação Climática, Manuel Ara Oliveira, será o representante da Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente para a Direcção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, para a Direcção Regional de Veterinária e para a ARM.

Pelo IFCN será Paulo Oliveira, elemento do conselho directivo. A Direcção Regional das Pescas e do Mar será representada por Mafalda Freitas, subdirectora regional, e a Administração de Portos da Madeira – APRAM ficará representada por Paula Cabaço, presidente do conselho de administração.

O grupo, que será liderado por Marco Lobato, do Serviço Regional de Protecção Civil, vai dar seguimento ao trabalho que já está a ser feito no terreno, nomeadamente, analisar o impacto do surto de sargaço que se tem verificado, nos últimos tempos, nos mares da Madeira e do Porto Santo.

A este propósito, a Secretaria Regional de Economia, Mar e Pescas esclarece que o secretário regional Rui Barreto esteve reunido com responsáveis das direcções regionais de Pescas e Mar, da Direcção Regional de Ambiente e Acção Climática, do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza – IFCN e da Administração de Portos da Madeira - APRAM, no sentido de avaliar a situação e identificar eventuais medidas e soluções para atenuar a deslocação deste grande volume de algas deste género que têm chegado aos mares e praias da Região.

"Este fenómeno natural, originado no Mar dos Sargaços, agravado pelas alterações climáticas, e que tem tido impactes muito significativos nas caraíbas e na costa da Flórida, originou uma nova mancha que se deslocou para este lado do Atlântico, tendo atingido já Canárias, Açores e Madeira", explica a nota enviada.

Neste momento, e dada a dimensão do fenómeno, o "Governo Regional da Madeira está a implementar uma estratégia conjunta, envolvendo também os arquipélagos dos Açores e das Canárias, no sentido de fazer face a estas ocorrências de sargaço nos mares e praias nas regiões da Macaronésia".

Aponta ainda que existem dois aspectos essenciais que estão já ser abordados e implementados, designadamente, "a responsabilidade partilhada pela sua recolha entre departamentos da administração pública regional e municípios, e a definição do destino final, que deverá passar, preferencialmente, pela sua valorização".

Nesse contexto, no laboratório da Direcção Regional de Pescas e Mar está a ser avaliado o potencial bioativo de extratos provenientes destas espécies, nomeadamente, no que se refere à actividade antioxidante para aplicações na indústria alimentares e cosmética. Esta seria, de resto, uma forma de converter um problema com repercussões ambientais numa oportunidade de transformação e comercialização de produtos a partir desta alga.

Outra das soluções em estudo para a utilização imediata do sargaço está também a ser trabalhada pelos técnicos da Secretaria Regional de Agricultura e Ambiente, no sentido de estudar a possibilidade destas algas poderem ser utilizadas nomeadamente pela ARM, por ser um elemento rico em azoto e com potencial de incorporação no composto que está a ser produzido nas suas instalações, e pela D.R. de Agricultura para verificar a adequação e métodos de incorporação no solo agrícola como fertilizante natural.