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Fact Check Madeira

Terceiro deputado da coligação PSD/CDS esteve em risco?

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Na segunda-feira, no rescaldo das eleições legislativas nacionais de domingo, começaram a surgir, nas redes sociais, publicações em que era afirmado que o terceiro deputado da coligação ‘Madeira Primeiro’ PSD/CDS teria sido eleito por “uma centena de votos”.

O tempo que demorou até serem atribuídos os 6 mandatos do círculo eleitoral da Madeira – durante muito tempo apenas Pedro Coelho (PSD/CDS) aparecia como deputado com eleição garantida – pode ser a razão para estas afirmações.

A distribuição de mandatos, em todas as eleições realizadas em Portugal, é feita pelo método proporcional de Hondt. Os mandatos são atribuídos por comparação das parcelas de cada partido.

O número de votos de cada força política é dividido por 1, depois por 2, por 3 e assim sucessivamente até ao total de mandatos (neste caso eram 6) que depois são atribuídos às parcelas mais elevadas.

Nas eleições de domingo, a coligação PSD/CDS obteve 52.992 votos, o PS recebeu 29.723, o Chega obteve 26.296 e o JPP somou 14.344 votos, sendo estas as forças políticas que discutiram os seis lugares.

O primeiro mandato foi atribuído aos 52.922 votos PSD/CDS, o segundo ao PS e o terceiro ao Chega, também pela totalidade dos seus votos (primeira parcela). O quarto mandato foi garantido pelo segundo parcial da coligação PSD/CDS – 26.496 resultante da divisão por 2 – e o quinto também foi para a mesma força política, com o seu terceiro parcial (17.664).

O sexto mandato foi atribuído ao PS, com a divisão por 2 dos seus votos (14.862) que foi superior ao total de votos do JPP.

Ou seja, o JPP precisaria de mais 518 votos para garantir a eleição de Filipe Sousa.

Também foi referido, nas publicações das redes sociais, que o Chega esteve perto de eleger um segundo deputado, o que não é verdade. O segundo parcial do CH (13.148) é muito inferior (-1.714) ao do segundo mandato do PS, é menor do que a votação do JPP (-1.196) e até é inferior ao quarto parcial da coligação PSD/CDS (-82).

Na noite eleitoral, a eleição do segundo deputado do CH nunca foi uma possibilidade, tal como o terceiro deputado da coligação PSD/CDS ficou garantido com uma margem muito confortável.

A eleição de Paulo Neves, o terceiro da coligação ‘Madeira Primeiro’, foi assegurada com o terceiro parcial (17.664) que comparava com o segundo do PS (14.862). Uma diferença de 2.802 que representa 5.604 votos (multiplicação por 2). Foi esta a margem de eleição do terceiro deputado PSD/CDS.

Durante muito tempo, na noite eleitoral, o que esteve em equação foi uma distribuição 3-1-1-1, com o JPP a estar na disputa do sexto mandato, com o PS. Uma situação que se manteve até serem conhecidos os resultados da freguesia de São Martinho, no Funchal que determinaram a eleição do segundo candidato socialista, Miguel Iglésias.

“O terceiro deputado do PSD foi eleito por uma centena de votos”