DNOTICIAS.PT
Investigação Judicial Madeira

Perícia feita ao diamante "não tem relevância nenhuma" para o interrogatório

Paulo Sá e Cunha atenta que demora no primeiro interrogatório judicial não justifica ter em conta "coisas novas que vão todos os dias aparecendo" e "prejudicar os arguidos" com isso

Paulo Sá e Cunha
Paulo Sá e Cunha, Foto Leonardo Negrão / Global Imagens

O advogado Paulo Sá e Cunha alertou esta quarta-feira, 7 de Fevereiro, que os elementos indiciários a ter em conta no primeiro interrogatório judicial são apenas aqueles apresentados aos arguidos, afirmando que a perícia feita ao diamante encontrado no gabinete de Pedro Calado "não tem relevância nenhuma" para a diligência, tendo em conta que foi apresentada depois de 31 de Janeiro, data em que os investigados foram informados de todas as provas recolhidas. 

À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, onde hoje continuou o interrogatório de Pedro Calado, o mandatário do ex-autarca funchalense atentou que a demora no primeiro interrogatório judicial não justifica "prejudicar os arguidos" ao ter em conta "coisas novas que vão todos os dias aparecendo". 

Normalmente estes interrogatórios são mais rápidos e que as medidas de coacção são conhecidas a seguir, mas este caso está a andar mais devagar e isso não significa que os arguidos possam vir a ser prejudicados por coisas novas que vão todos os dias aparecendo e até no espaço público, condicionando a opinião pública neste ou naquele sentido, o que a mim me parece sempre aborrecido. Paulo Sá e Cunha 

Sá e Cunha mostrou-se ainda preocupado relativamente a "preconceitos" causados por notícias "descontextualizadas"

Aquilo que preocupa a mim são determinados preconceitos que a opinião pública vai formando em razão de notícias que aparecem e que podem depois revelar-se imprecisas, sensacionalistas, descontextualizadas. Paulo Sá e Cunha 

Confrontado com a notícia da CNN Portugal de que o diamante vale 50 mil euros, o advogado reafirmou que a pedra encontrado no gabinete do ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal é um objecto "sintético" e com "valor desprezável". 

Paulo Sá e Cunha, admitiu, contudo, que possa vir a ser provado o contrário e garantiu que, em momento oportuno, vai "contraditar", apontando que "as perícias podem e devem, em regra, ser acompanhadas por consultores técnicos que são peritos da confiança dos sujeitos processuais", algo que ainda não aconteceu neste caso.