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Montenegro lamenta incidente e garante que "por mais tinta" atirada será "o mesmo"

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O presidente do PSD garantiu hoje que será "o mesmo" por mais tinta que lhe atirem, lamentando o incidente no qual esteve hoje envolvido apesar de respeitar quem se manifesta.

"Há uma coisa que também posso dizer: por mais tinta que me atirem, eu continuarei a ser o mesmo, no mesmo caminho não vou desviar-me daquilo que é o meu caminho", assegurou.

Luís Montenegro reagia aos jornalistas momentos depois de um jovem o ter atingido com tinta verde à entrada da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), onde se deslocou em campanha eleitoral, local que cerca de uma hora depois foi visitado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Ainda coberto de tinta, Montenegro disse aos jornalistas que "pontaria não faltou ao jovem" que o abordou.

"Queria apenas lamentar este episódio mas dizer que tenho todo o respeito pelas pessoas que se manifestam e que defendem as suas causas, mas se a ideia era transmitir-me a preocupação que todos devemos ter com as alterações climáticas e as questões da sustentabilidade era mais fácil termos conversado, termos dialogado acerca disso", defendeu.

Momentos antes, enquanto Montenegro estava na casa de banho a tentar limpar a tinta que o atingiu, sem sucesso, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, e parceiro da coligação Aliança Democrática (AD), mostrou-se convicto de que está em causa uma "instrumentalização que é política à volta de um tema, manipulando miúdos que pensam pouco, pensam mal".

Sobre esta afirmação, Montenegro escusou-se a comentar, dizendo apenas que não quer que "o debate político ande sempre à volta de pequenos casos, pequenas teorias de conspiração".

O líder social-democrata garantiu que o programa eleitoral da AD contempla várias medidas sobre o combate às alterações climáticas.

"O nosso objetivo é ter obviamente as garantias de que nós conseguirmos ter uma economia forte, qualidade de vida e ao mesmo tempo deixar a quem virá a seguir a nós um planeta cuidado e uma sociedade com sustentabilidade em todos os domínios", considerou.

Montenegro disse esperar que "a juventude portuguesa possa abraçar causas, abraçar propósitos coletivos, mas que não tenha que estragar o normal funcionamento das coisas", acrescentando que o incidente não lhe causou um "transtorno excessivo", exceto o atraso na agenda do dia e a retirada do material verde da roupa e do cabelo, que não saiu com facilidade.

O presidente do PSD lembrou ainda que foi na primeira coligação denominada Aliança Democrática, de 1979, "que se começaram a desenhar os instrumentos legislativos da reserva agrícola nacional, da reserva ecológica" e acrescentou que em 1987 foi o PSD que aprovou "a primeira lei de bases do ambiente".

Já depois de ter abandonado o local, o presidente do PSD reiterou, na rede social X (antigo Twitter), que está "focado em dar respostas aos problemas das pessoas e contribuir para termos um mundo e um país sustentável e equilibrado".

"O meu Governo terá um Conselho de Ministros dedicado à transição climática e energética. Por mais tinta que me atirem, continuarei a ser o mesmo", assegurou Luís Montenegro.

 Os ativistas do movimento Fim ao Fóssil reivindicaram entretanto a ação em comunicado, argumentando que "nenhum partido tem um plano adequado à realidade climática".

O movimento estudantil reivindica o fim aos combustíveis fósseis até 2030 e exige que se pare de usar gás para produzir eletricidade até o próximo ano, utilizando antes 100% eletricidade renovável e gratuita.

"Nenhum programa político prevê como vamos fazer a transição justa nos prazos da ciência. (...) Nenhum partido tem legitimidade para criar governo se continuar a ignorar a maior crise que a humanidade já enfrentou", diz Vicente Magalhães, estudante e porta voz da ação, citado no comunicado.

Sobre o PSD, os estudantes acusam-no de defender "o sistema fóssil que coloca o lucro à frente da vida".

O grupo lembra que as eleições de 10 de março dão mandato até 2028, pelo que o próximo Governo será o último que pode garantir o fim aos fósseis até 2030.