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ONU alerta para intensificação de ataques a trabalhadores humanitários

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A ONU condenou hoje a morte de dois trabalhadores humanitários franceses num ataque perpetrado na quinta-feira na região meridional ucraniana de Kherson e alertou de que as agressões a pessoal humanitário se intensificaram nos últimos meses.

Num comunicado, a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, indicou que as vítimas, funcionários da organização não-governamental (ONG) HEKS/EPER, foram mortas num incidente "semelhante" a outro ocorrido há apenas uma semana no leste do país. Em ambos os casos, o alvo foi uma coluna de trabalhadores humanitários.

O ano passado terminou com um balanço de 11 trabalhadores humanitários mortos e 39 feridos, mas "desde o início deste ano, este padrão reiterado de ataques parece ter-se intensificado", referiu Brown, acrescentando que, "só em janeiro, cinco destes trabalhadores foram feridos".

Tudo isto "numa altura em que a população de áreas próximas da linha da frente enfrenta uma situação humanitária extremamente dura, com a invasão russa a afetar praticamente todos os aspetos da sua vida quotidiana", sublinhou Brown no comunicado.

A responsável das Nações Unidas aproveitou também para recordar que "o Direito Internacional proíbe os ataques a trabalhadores humanitários", pelo que "as repetidas violações" que continuam a registar-se "deverão ser motivo de grande preocupação para o mundo".

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

As últimas semanas foram marcadas por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.