DNOTICIAS.PT
Investigação Judicial Madeira

Marques Mendes prevê eleições na Madeira em Maio pois Marcelo pensa dissolver a Assembleia

None

O conselheiro de Estado Luís Marques Mendes prevê que a Madeira tenha "eleições antecipadas provavelmente lá para o final de Maio", pois o Presidente da República "está a pensar em fazer a dissolução" do parlamento regional a partir de 24 de Março, data a partir da qual tem o poder para tomar essa decisão.

A investigação de alegada corrupção na Madeira e as suas consequências judiciais e políticas foram um dos temas abordados no espaço de comentário político semanal que o antigo líder nacional do PSD protagoniza no jornal de domingo da SIC. Em relação aos acontecimentos políticos desta semana na Madeira, Marques Mendes disse: "De tudo o que veio a público, a intervenção do representante da República na sequência de uma conversa com o Presidente da República, só posso tirar uma conclusão. O Presidente da República não o pode dizer mas está a pensar fazer a dissolução [da Assembleia Legislativa da Madeira]", conduzindo a "eleições antecipadas provavelmente lá para o final de Maio".

Questionado pelo jornalista da SIC se a libertação dos três arguidos pelo juiz de instrução no processo da megainvestigação na Madeira dão força a Miguel Albuquerque para se recandidatar, Marques Mendes afirmou que o ainda líder do PSD "deve aguardar para ver", pois "neste momento é ainda prematuro" antever o que vai acontecer.

Concretamente em relação à decisão de libertação dos três arguidos, o comentador entende que mostra "a justiça a funcionar", embora tenha alertado que "pode haver um erro enorme, ou do Ministério Público ou do juiz", porque têm versões antagónicas sobre a existência ou não de indícios criminais. As dúvidas serão tiradas no recurso.

Mas considerou que "há um consenso na sociedade portuguesa" de que a detenção dos arguidos durante 21 dias foi "um abuso" e "completamente ilegal". A esse respeito, desafiou os líderes dos dois maiores partidos, Pedro Nuno Santos (PS) e Luís Montenegro (PSD), a se pronunciarem sobre o assunto no debate televiso de amanhã e a assumirem "em conjunto um compromisso para uma mudança da lei nesta matéria".

Quanto aos pedidos para a demissão da Procuradora-Geral da República, Marques Mendes acha que "não é uma ideia muito ponderada", sobretudo porque é proposta com base na incidências de um processo que envolve políticos e a substituição daquela magistrada daria a ideia de interferência do poder político nas investigações judiciais. O conselheiro de Estado acha que Lucília Gago "não tem espírito de liderança" e não serve para o cargo, mas que deve ser substituída apenas final do seu mandato.