Estabilidade governativa

Não deixa de ser um dado importante e mesmo crucial, sobretudo para quem vai ter que tomar decisões sobre a possível realização de eleições na Madeira, que a partir de 11 de março, o único território onde, eventualmente, haverá uma maioria governativa estável e absoluta, será no nosso arquipélago.

Se o PSD, o CDS e o PAN, como é público, reafirmarem o acordo firmado há 4 meses, então há

que avaliar muito bem porque é que vamos para eleições e perceber que dessas eleições sairá a ingovernabilidade da Madeira.

Nos Açores, as eleições, provocadas pelo não aprovação do Orçamento, deixaram tudo na mesma. É verdade que a coligação liderada pelo PSD ganhou, mas sem maioria absoluta e a governabilidade vai seguir ao sabor da vontade do PS ou dos humores do Chega até novas eleições.

No Continente, o que nos indicam as sondagens é que vamos no mesmo caminho e que não haverá maioria à esquerda e registando-se uma vitória da coligação de direita, esta não terá maioria absoluta e ficará dependente da extrema-direita. Ora, já se sabe que o PSD rejeita qualquer Governo com o Chega o que nos conduzirá à ingovernabilidade e a novas eleições.

Na Madeira, existe uma coligação legitimada pelo voto, há 4 meses, com maioria absoluta dos deputados e que já reafirmou a sua vontade de continuar a governar a Madeira. Porventura, a partir de 11 de março, será a única maioria absoluta existente em Portugal. Daí que não se perceba esta dúvida sobre a realização ou não de eleições, tanto mais que o nosso sistema político é parlamentar, isto é o Governo Regional responde politicamente perante o Parlamento e é aqui que tem que ter a confiança da maioria dos deputados, depois de ter o

voto dos madeirenses. Qual é a dúvida?

Ricardo Silva