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Madeira

Pequeno Daniel foi encontrado há 10 anos, depois de três dias desaparecido

‘Canal Memória’ recorda história que deixou o país em suspenso em 2014

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Daniel, um bebé de 17 meses, foi dado como desaparecido num domingo, dia 19 de Janeiro de 2014, quando se encontrava num convívio familiar, em casa dos padrinhos, no Estreito da Calheta. Os dias que se seguiram fizeram correr muita tinta. A 22 de Janeiro viria a ser encontrado.

Na edição de quarta-feira, dia 22 de Janeiro, o DIÁRIO dava conta da estranheza causada junto da população. O pequenino já sabia andar, mas não o suficiente para ir assim tão longe que não fosse rapidamente encontrado. Mesmo que estivesse escondido, mais cedo ou mais tarde choraria com fome ou frio. No entanto, a verdade é que apenas três dias depois do seu desaparecimento, o bebé foi encontrado, abaixo de uma levada, por um levadeiro.

A população estranhava o local de onde tinha desaparecido: um sítio calmo e pacato, e de uma casa situada numa estrada sem saída e de grande inclinação.

O pai da criança criticava as autoridades e falava em inércia. O homem, na altura com 26 anos de idade, afirmava que as autoridades estavam “paradas, à espera que ele apareça”. Alertava para o facto de a criança ter apenas um ano e meio, pelo que era praticamente impossível que regressasse a casa sozinha.

A Polícia Judiciária deu as buscas por encerradas, fazendo perspectivar que as autoridades tinham certezas de Daniel não se encontrava nas imediações da casa. Os terrenos em torno da mesma tinham sido todos batidos tanto pela PSP, GNR, Polícia Florestal e bombeiros, bem como por populares, que se quiseram juntar nestes trabalhos.

A verdade é que o menino viria a ser encontrado por Manuel Teixeira dos Ramos, um levadeiro, que decidiu percorrer a Levada Nova, mais uma vez, em busca de pistas da criança, dada a proximidade dessa levada à casa dos padrinhos de Daniel. Acabou por ser alertado pelo choro do menino, que se encontrava cerca de 30 metros abaixo da levada, com frio, mas aparentemente bem de saúde.

Foi o facto de se encontrar bem que levou a crer que a criança deveria ter sido colocada nesse local. Caso contrário, depois de três noites e três dias desaparecida, um bebé tão pequeno teria de apresentar sinais de saúde mais frágil.

“Com sinais de hipotermina mas activo e sem indícios de exaustão. Após três noites e três dias desaparecido no Estreito da Calheta, o pequeno Daniel chegou ao hospital do Funchal, com apetite e uma vitalidade física que deixou os médicos pediatras perplexos e intrigado”, relatava o DIÁRIO.

Na edição de 23 de Janeiro de 2014, o nosso jornal trazia o testemunho de um professor e de um ex-militar que, juntos, fizeram a pé essa levada no domingo, em busca de pistas. Garantiram que a criança não estava no trilho e que lá teria sido colocada posteriormente. A Polícia Florestal também havia passado no local e nada encontrado.

A verdade é que a mãe de Daniel, Lídia, viria a ser julgada pelos crimes de rapto e tráfico de pessoas, já em 2017. Havia indícios de que a mãe teria sido a responsável pelo desaparecimento do menino e que tencionava ‘vendê-lo’ a alguém que não tivesse um filho e o quisesse. Lídia acabaria por ser absolvida.