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Líder militar israelita admite que é mais provável guerra no norte do país

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Foto EPA

O chefe do Estado-Maior do Exército israelita, Herzi Halevi, reconheceu hoje que a probabilidade de guerra nos próximos meses no norte de Israel, na fronteira com o Líbano, é "muito maior do que no passado".

"Vamos começar com muitas vantagens", declarou o chefe militar aos reservistas que treinam no norte do país, na fronteira com o Líbano, onde os confrontos com o grupo libanês Hezbollah são diários desde o início da guerra em Gaza entre Israel e movimento palestiniano Hamas, a 07 de outubro.

O Exército já tinha indicado anteriormente que foram identificados vários tiros provenientes do Líbano em direção ao território israelita.

"Em retaliação a estes tiros, aviões de combate do Exército destruíram infraestruturas terroristas" no sul do Líbano, de acordo com um comunicado do Exército.

O braço armado do Hamas, aliado do Hezbollah e que tem combatentes no Líbano, anunciou, por sua vez, ter disparado 20 foguetes do sul deste país em direção ao norte de Israel "em retaliação aos massacres em Gaza".

Com trocas de tiros diárias entre o Exército israelita e o Hezbollah na fronteira israelo-libanesa, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que um "confronto total" entre as duas partes seria um "desastre completo".

Em mais de três meses, mais de 190 pessoas foram mortas no Líbano, incluindo pelo menos 141 combatentes do Hezbollah e 22 civis, segundo números da agência France-Presse.

Do lado israelita, quinze pessoas morreram, incluindo nove soldados e seis civis, de acordo com o Exército israelita.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 24.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.