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Madeira

"É uma roubalheira. É roubar à cara podre", acusa dirigente da ABAMA

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Antonino Abreu, dirigente da ABAMA - A Associação de Organizaçoes de Produtores da Banana continua a não ver quaisquer melhorias do sector da banana, nem mesmo com a entrada da secretária regional da Agricultura e Ambiente, referindo-se à substituição de Humberto Vasconcelos por Rafaela Fernandes. Neste momento denuncia que a produção diminuiu drasticamente para “40% do total do mercado regional", o que “nunca aconteceu”.

O produtor considera que as diferenças que viu até agora, no modelo de gestão da empresa pública [Gesba], foram para pior, daí que se apresse a adiantar que está marcado para esta sexta-feira, às 11 horas, uma acção de protesto junto ao Centro de Processamento de Banana, em São Martinho.

“Não sei o que se está a passar, mas aquilo é a maior roubalheira que existe acolá. É roubar à cara podre. A gente não está de acordo e tantos produtores acham que não está justo, e não há nenhuma lei que nos proíba de ver o que é nosso porque a banana só é do governo quando está pesada” Antonino Abreu, líder da ABAMA

“As pessoas estão contra as novas regras nas novas instalações”, começa por recriminar. Em causa, aponta, está o facto de os produtores madeirenses “não poderem ver o peso, não se conseguirem controlar as taxas das categorias e não conseguirem ver como fazem a classificação”, protestou esta manhã dando nota do desagradado.

“Não sei o que se está a passar, mas aquilo é a maior roubalheira que existe acolá. É roubar à cara podre. A gente não está de acordo e tantos produtores acham que não está justo, e não há nenhuma lei que nos proíba de ver o que é nosso porque a banana só é do governo quando está pesada”, acrescenta ao caderno de reivindicações que promete levar esta sexta-feira quando estiver reunidos com os associados já convocados para estarem presentes.

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Antonino Abreu lamenta que as “duas reuniões” que manteve com a governante não tivesse surtido quaisquer efeitos práticos: “Já alertamos duas vezes, nas duas reuniões que tivemos com a sra secretária, mas ela parece que não está interessada”, motivo para afirmar que “não estamos satisfeitos”.

“Gastaram 14 milhões, espremeram os agricultores para fazer aquelas novas instalações, podendo aumentar o nosso rendimento, que é o que a gente quer, porque tudo aumentou e cada dia a gente ganha menos”, reagiu, comparando preços dos factores de produção. Antonino Abreu garante que há produtores “assustados” com o que pode suceder dentro de “três meses” quando existir um aumento de produção: “Não sei o que vai ser. A gente quer que o governo venha dizer o que vai fazer. É para deixar em cima da terra como aconteceu no ano passado”, questionou.

Garante, por fim, que a ABAMA não estar perdendo força reivindicativa, mas reconhece que existem condicionalismo, sobretudo por haver produtores, alguns com filhos empregados no governo que impedem dar a cara nas diferentes acções da associação: “Apareça quem aparecer, vamos falar”.