Via do Litoral leva perna a motociclista

É com enorme tristeza que acabo de ver uma notícia no Diário - e também que escrevo esta carta. Mais um jovem gravemente ferido nos rails (prumos das guardas de segurança - sem guardas de segurança...) da via rápida. Ou para ser bem claro, possivelmente perde uma perna, amputada pelos rails (aquelas lâminas de metal, não sei se deixadas propositadamente ali por algum engenheiro ou diretor ‘serial killer’). Muitos desses prumos de metal verticais, até parecem estrategicamente colocados em “U”, virados para o sentido de trânsito, para cortarem a dobrar...

A 2 de novembro de 2011, numa ação de sensibilização, estive várias horas acorrentado por um pé aos rails da VR, onde um ano antes tinha também ficado gravemente ferido e falecido outro motociclista, vítima dos rails. Na altura até as respetivas entidades ficaram sensibilizadas com a situação e deram sinal de estar a resolver o assunto, e perante isso, até recusei entrevistas, porque não vale a pena “bater mais no ceguinho”, se até havia boa fé e mais do que palavras, haviam acções na prática mostrando boa vontade.

Como querer ter uma região atrativa aos turistas se as nossas estradas são inseguras, matam, amputam e decepam os nossos jovens?! Que governo este, que ainda não resolveu esta situação ilegal da Via Rápida? E pergunto à população, que punições estão a ter estes infratores, que multam um jovem por dar mais uns kms hora na VR, sem pôr ninguém em risco, mas depois têm esta pouca vergonha ilegal, por resolver há tantos anos?!

Como imposto de circulação de um motociclo, sempre paguei o dobro e com metade da segurança, para circular nas nossas estradas, onde bermas seguras não são de certeza para os motociclistas - já para nem falar dos buracos e lombas.

Portanto com a clareza e frontalidade que me caracteriza, principalmente nestas situações, pergunto: quantas mais pernas e cabeças precisa o governo e a Via Litoral levar, para tornarem as nossas estradas mais seguras?!

Duarte Sousa Melim