O PS que não há forma de “marchar certo”

É por demais conhecida a anedota que conta a história de um casal que foi assistir a uma cerimónia militar, onde participava o seu filho e onde a senhora dirige-se ao marido, afirmando ufana: «Já viste?! O nosso filho é o único que está a marchar certo (ele marchava para a esquerda, os outros para a direita…).

O PS da Madeira de hoje parece os protagonistas desta anedota. O filho que marcha ao contrário dos outros e a mãe que se congratula com essa discordância, contrária ao bom-senso e ao que está certo.

Então não é que o “filho” PS Madeira continua, completamente dessincronizado, a criticar a Aquacultura, a dizer que é contra a Aquacultura. E não é, como alguns autarcas, contra a Aquacultura em determinado local, não os dirigentes socialistas de cá são completamente contra a Aquacultura, desde que Paulo Cafôfo, então líder socialista, assim o decretou.

E, tal e qual a “mãe do soldado”, o PS da Madeira também acha que o “filho” é que está certo e que todos os outros estão errados. Então, mantém-se orgulhosamente fora de compasso.

O que é muito estranho: é que o PS nos habituou, em todos estes anos, a seguir cegamente, sem questionar e sem contrariar, mesmo quando estão em causa os mais altos interesses da Madeira e do seu povo, todas as diretrizes, todas as opiniões de que vem de fora.

Aliás, basta ver que não conseguem fazer um evento que seja sem convidarem alguém do aparelho socialista nacional ou do Governo da República. É o colonialismo que nunca lhes saiu da alma, que continua a ser de escravo em vez da de madeirense livre e orgulhoso e defensor da sua Autonomia.

Mas, na esteira do que já tinham dito outros socialistas nacionais (como o antigo ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, que em outubro de 2021, no Funchal, disse qualquer coisa como isto: “A aquacultura é uma via de desenvolvimento e de grande futuro na economia do mar e das populações, com um contributo muito grande para a alimentação”. E, de seguida, reconheceu que a Madeira tem grande potencial para poder expandir «esta que é das atividades económicas relevantes para o país».

Ou Ruben Eiras, um reputado especialista nas questões do mar e que fez parte das listas de Paulo Cafôfo, candidatas às legislativas regionais de 2019 e que sempre vem defendendo a aquacultura.

Ainda nestes dias, a propósito da Semana Marítima da Madeira, José Maria Costa, secretário de Estado do Mar, disse que a aquacultura é o futuro e que tem de ser um nicho a explorar no âmbito da economia azul, defendendo a atividade e a Madeira como local de excelência para a mesma.

Por seu turno, a antiga ministra (também do Mar) Ana Paula Vitorino, atual Autoridade Marítima nacional, que também assegurou que o futuro do pescado passa pela aquacultura, tendo disponibilidade de toda a colaboração da autoridade a que preside em prol das políticas implementadas na Região (incluindo também aqui o Registo de Navios).

O que fazem os socialistas tão obedientes e tão submissos aos ditames do PS nacional e dos governos socialistas: assobiam, como canta Carlão, para o lado. E, estranhamente, mantém-se contra a aquacultura.

Ou melhor, não tão estranhamente: nos famosos erros de cálculo político que costumam efetuar, convencem-se de que poderão “deitar areia para os olhos” dos madeirenses e ganhar votos à custa da Aquacultura. Sabendo já de antemão que, para efeitos de preservação dos recursos piscatórios e da biodiversidade marinha, não haverá melhor solução do que a aquicultura!

Se ganhassem as eleições, estejam certos, a sua posição iria mudar.

Aí, talvez já marchassem certo….

Ângelo Silva