Madeira

Salário real em perda apesar das remunerações terem aumentado acima de 7%

As remunerações bruta, regular e base mensal médias subiram na Madeira 7,8%, 7,3% e 7,5%, mas a inflação nos primeiros três meses do ano, puxaram poder de compra para baixo

Foto Shuttertsock
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No 1.º trimestre de 2023, "a remuneração bruta total mensal média por trabalhador aumentou 7,8% em relação ao mesmo período de 2022, situando-se nos 1.289 euros", garante a Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), que acaba de divulgar os valores provisórios os primeiros três meses do ano, referentes aos ganhos médios pagos pelas entidades com sede fiscal na Região Autónoma.

"A remuneração regular e a remuneração base subiram 7,3% e 7,5%, atingindo, respetivamente, 1.178 e 1.132 euros", mas "em termos reais, isto é, descontando a inflação neste período, medida pela variação do Índice de Preços do Consumidor da Região, as remunerações médias total, base e regular por trabalhador diminuíram 0,5%, 1,0% e 0,8%, respectivamente".

Realça a DREM que "estes resultados compreendem 99,5 milhares de postos de trabalho, correspondentes a beneficiários da Segurança Social e a subscritores da Caixa Geral de Aposentações, o que representa um aumento de 5,4% face ao mesmo período do ano anterior", condizente com a diminuição da taxa de desemprego revelada ontem.

"Em termos homólogos, realçam-se os aumentos da remuneração total nas 'Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas' (+14,6%), nas empresas de 250 a 499 trabalhadores (+10,3%) e de 1 a 4 trabalhadores (+10,2%), no sector privado (+9,1%), nas empresas de 'Indústria transformadora de média tecnologia' (+21,9%) e nas empresas de 'Serviços de mercado com forte intensidade de conhecimento' (+13,5%)", sinaliza os maiores ganhos.

"Como anteriormente referido, no 1.º trimestre de 2023, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador na Região foi de 1.289 euros, inferior à do País (1.355 Euros) em 66 euros. A variação homóloga, em termos nominais, no País, foi de +7,4% e em termos reais de -0,6%", conta. Ou seja, não só o salário médio aumentou mais na Madeira como em termos de perda de poder de compra sente-se esse reflexo menos 'castigador', uma vez que a inflação na Madeira é inferior à do país.

Contudo, a média nacional de ganhos mensais continua a ser superior, havendo apenas uma ligeira aproximação. "À semelhança da Região, a nível nacional, a 'Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio' foi a atividade que apresentou a remuneração bruta total mais alta (3.219 euros na RAM e 3.064 euros no País). As empresas do escalão com 250 a 499 trabalhadores, foram na RAM aquelas que registaram o valor mais elevado neste indicador (1.648 euros), enquanto a nível nacional foi o escalão de 500 e mais trabalhadores (1.591 euros). Nas duas unidades geográficas, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador no setor privado registou variações homólogas superiores às do setor das Administrações Públicas, respetivamente, +9,1% e +7,7% na RAM e de +8,3% e +5,4% no País, traduzindo assim um aumento real no setor privado e uma perda real no setor das Administrações Públicas", conclui a DREM.