É preciso levar o “recado ao chefe”

Ficámos, agora, a saber que o líder nacional dos socialistas vai trazer uma “forte” comitiva do partido do continente para a Madeira, se calhar, entre eles, vai carregar na bagagem alguns dos “sobreviventes” de um (des)governo que anda à deriva desde que largou a bengala das esquerdas mais radicais. Assim, à primeira vista, e desde que nos garantam que os levam de volta, não há qualquer problema. De qualquer das formas, a notícia é reveladora do estado de confinamento – a todos os níveis – em que se encontram os socialistas aqui do burgo. Vamos por partes: Primeiro – só se vai buscar reforços quando a equipa que temos é fraca (compreendemos a aflição da equipa que lidera a barraca socialista na Madeira); Segundo – é mais um sinal de vénia a Lisboa (uma marca de subserviência a que já estamos mais do que acostumados com as sucessivas equipas que lideraram o PS local); Terceiro – a história volta a repetir-se (onde é que já vimos este filme? É verdade que com outros intérpretes, mas com um final sempre triste). Na leitura que faço das estrelas, parece-me que ganham peso todas as três interpretações. Sublinho, porém, a terceira, que fica aqui como um desafio ao PS local: Se a história repete-se, porque não desafiar o líder do PS nacional e atual primeiro-ministro a vir no “ferry”, o mesmo que veio aqui anunciar com pompa e circunstância e que até já tinha cais reservado em Lisboa. Será que os madeirenses não se recordam desse “bluff”? Será que já não se lembram do desconto de residente nas viagens a que temos direito e que ainda não está operacional por birra desse mesmo senhor? Por quanto mais tempo vamos ter de adiantar o dinheiro todo do bilhete e só depois receber o reembolso? Será que os agentes da PSP e da GNR já estão a beneficiar do sistema nacional de saúde, nos mesmos moldes em que os seus camaradas no resto do país? Ou será que vamos ter efetivos da PSP e da GNR com tratamentos diferentes cá e lá? Por quanto mais tempo vamos manter essas desigualdades? Seria bom que os senhores socialistas de cá levassem o “recado ao chefe”, não vá ele esquecer de trazer as respostas…

Jorge Almeida