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O que é público é de todos, o que é privado é só de alguns!

A opção do PSD/Madeira, e agora também do CDS, pela privatização de serviços públicos essenciais à população e de alimentar os privados para fazerem o trabalho que pode ser feito pelo setor público, já vem de longe. Quem não se recorda da entrega de inúmeros serviços sociais a instituições privadas, oferecendo-lhes, de "mão-beijada", dinheiro de todos nós para fazerem um trabalho que sempre foi feito, e bem, pelo setor público?! Dar dinheiro do Orçamento da Região às Instituições Particulares, ditas, de Solidariedade Social (IPSS) que contratam trabalhadores com vínculos precários, para trabalharem em entidades públicas é inaceitável e reprovável a todos os títulos. Urge garantir a esses trabalhadores um vínculo público efetivo, cessando o apoio às IPSS's que oferecem os serviços já existentes no setor público, mantendo o apoio somente às que prestam serviços em setores ou localidades onde não existe oferta pública. Na área da Formação Profissional, o Governo Regional quis entregar a concessão da gestão da Escola Hoteleira a um grupo privado, que não cumprindo adequadamente com as suas responsabilidades, verá essa concessão revertida, como há anos o BE Madeira vem defendendo no Parlamento da Madeira e fora dele. Agora é a ideia estapafúrdia de avançarem com a privatização do Lar da Bela Vista, entregando-o a um grupo empresarial privado que vai receber muitos milhares de euros do orçamento da Região para fazer aquilo que a Segurança Social já faz, e bem. O pior é que, não obstante as promessas dos responsáveis governamentais, não estão garantidos os vínculos públicos dos trabalhadores e trabalhadoras que há décadas prestam serviço naquele Estabelecimento como funcionários públicos. Esta incerteza tem feito com que estes profissionais, continuem a temer pelo seu futuro. Como todos nós tememos pela degradação do serviço público prestado aos idosos e idosas daquele lar. Porque recordamo-nos da degradação dos serviços, quando os CTT foram privatizados, e do que aconteceu com a Escola Hoteleira. A reversão destas privatizações e concessões terá de ser uma batalha a travar no âmbito da fiscalização da ação governativa, aquando da nova legislatura regional. E lá estará, de novo, o BE para defender os serviços públicos e garantir os vínculos laborais de todos quantos dão o melhor de si pela dignidade dos utentes desses serviços. Porque o que é público é de todos e o que é privado é só de alguns!