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Central nuclear de Zaporijia sem electricidade

Foto Shutterstock
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A central nuclear de Zaporijia, ocupada pelo exército russo no sul da Ucrânia, ficou sem ligação à rede elétrica ucraniana na sequência de um ataque russo, afirmou hoje o operador da central, advertindo para o risco de acidente.

"A última linha de comunicação entre a central nuclear ocupada de Zaporijia e a rede elétrica ucraniana foi cortada devido aos ataques de foguetes" russos, indicou, em comunicado, a Energatom, precisando que geradores a diesel de emergência estão a garantir a alimentação mínima da central.

A Rússia desencadeou esta madrugada vários ataques contra diferentes alvos na Ucrânia, incluindo em Karkhiv (leste), Odessa (sul) e Kiev.

"Atualmente, a central (...) encontra-se em 'black out' pela sexta vez desde a ocupação, os reatores das unidades 5 e 6 foram desligadas", acrescentou a Energatom.

O operador da central precisou que 18 geradores de emergência estão a garantir a alimentação mínima da central.

"Têm combustível suficiente para 10 dias. A contagem decrescente começou", sublinhou.

"Se não for possível renovar o fornecimento elétrico externo da central, poderá ocorrer um acidente com consequências radioativas", advertiu o operador.

O exército russo ocupou, a 04 de março de 2022, nove dias depois do início da invasão, este imenso complexo nuclear no sul da Ucrânia.

A central, que chegou a produzir 20% da eletricidade ucraniana, continuou a funcionar nos primeiros meses da invasão, apesar dos períodos de bombardeamentos. Em setembro, a produção foi cortada.

Desde então nenhum dos seis reatores VVER-1000, datados da época soviética, produz energia, mas a central continua ligada ao sistema energético ucraniano e consome eletricidade produzida por este para as suas necessidades.

Anteriormente, o operador nuclear ucraniano tinha advertido que a suspensão da central levava a "uma degradação eventual de todos os sistemas operacionais e do equipamento", com a Energatom a manifestar preocupação com o "risco de um acidente nuclear" em caso de rutura da última linha elétrica de ligação da central ao sistema energético ucraniano.