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Putin promulga suspensão do tratado de desarmamento nuclear com os EUA

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O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, promulgou hoje a suspensão da participação russa no Novo Tratado Estratégico de Redução de Armas (New START), o último tratado de desarmamento nuclear com os Estados Unidos ainda em vigor.

A informação foi publicada no portal oficial russo sobre medidas legislativas, tendo entrado de imediato em vigor.

Previamente, a medida, anunciada pelo líder do Kremlin no seu discurso sobre o Estado da Nação na passada terça-feira, tinha sido aprovada pelas duas câmaras do parlamento russo.

No seu discurso, Putin anunciou que a Rússia foi forçada a suspender a sua participação no tratado devido à política do Ocidente.

Segundo a nova lei, caberá ao líder russo decidir se no futuro Moscovo regressa ao cumprimento das suas obrigações no âmbito deste tratado de controlo de armamento.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Riabkov, assinalou na semana passada que a suspensão do tratado era "uma decisão difícil" mas "a única correta".

"Nestas condições, é impossível interatuar [com os Estados Unidos] como sucedia previamente e numa área tão decisiva e importante como o controlo de armas", disse então.

Em simultâneo, o embaixador russo junto da ONU, Anatoli Antonov, acusou Washington do sistemático incumprimento das suas obrigações em torno do tratado, fator que também contribuiu para a sua suspensão.

Esta semana, o Departamento de Estado dos EUA informou não ter recebido a notificação oficial sobre a suspensão do New START.

O New START foi assinado em Praga em 08 de abril de 2010 pelos então Presidentes dos EUA, Barack Obama, e da Rússia, Dmitri Medvedev.

O ex-Presidente russo é atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança russo, órgão composto pelos principais funcionários estatais da Rússia e chefes das agências de defesa e segurança e no qual se tomam todas as decisões militares mais urgentes e importantes.

O tratado New START limitou o número de armas nucleares estratégicas, com um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 sistemas balísticos em terra, mar e ar para cada uma das duas potências.