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Governo, produção, transformação e distribuição reunidos para analisar inflação

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O Governo reuniu-se hoje com representantes dos setores da produção, transformação e distribuição de produtos alimentares para analisar a conjuntura inflacionista, tendo a CCP defendido a criação de um organismo independente para analisar a cadeia de valor.

"A reunião realizada hoje teve como principal objetivo aprofundar o diálogo com os representantes dos diversos setores da cadeia de abastecimento sobre a conjuntura, bem como os motivos que conduziram ao aumento do preço dos bens alimentares", segundo uma nota emitida pelo Ministério da Economia do Mar.

A reunião contou com os ministros da Economia e do Mar, António Costa Silva, e da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e com representantes da estrutura de diálogo PARCA - Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Alimentar.

"Resolveu-se que iríamos avançar mais rapidamente e com mais frequência a ouvir estes interlocutores, fazer uma análise mais detalhada em profundidade da cadeia de valor para ver onde é que estão, neste momento, os pontos mais fracos e os pontos mais fortes que levam ao aumento dos preços", disse aos jornalistas o presidente da CCP - Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes.

Nas declarações à saída da reunião, que decorreu no Ministério da Economia e do Mar, em Lisboa, João Vieira Lopes constatou que, da parte da confederação que lidera, "é importante isso ser feito".

O responsável da CCP lamentou que "só agora" se estejam a tratar estes assuntos, "porque muitas destas situações eram completamente previsíveis".

João Vieira Lopes espera que haja um esforço para que seja "fácil e rápido demonstrar à opinião pública e aos consumidores se algum dos setores da cadeia está a tirar mais partido desta situação económica difícil".

Questionado sobre onde estava a culpa, o presidente da CCP fez o paralelismo com os romances policiais, onde o culpado "é sempre o mordomo".

"Ora, neste caso, o comércio não é o mordomo", insistiu.

"Há vários fatores acumulados e é preciso analisar e não falarmos só por intuições ou impressões", vincou João Vieira Lopes.

De acordo com o responsável, deverá haver novas reuniões entre a PARCA e o Governo, podendo estas terem uma ocorrência, "eventualmente, mensal".

A PARCA reúne membros do Governo e respetivas entidades competentes, como a Direção-Geral das Atividades Económicas (DGAE), a Direção-Geral do Consumidor (DGC) e o Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura e Alimentação (GPP).

A produção primária está representada no fórum pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), pela Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (CONFAGRI) e pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP), a Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA) e a Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (CENTROMARCA) representam a produção industrial, ao passo que a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) o comércio e a distribuição

Também a entidade reguladora competente, a Autoridade da Concorrência, está entre os participantes.