O equívoco de Ventura

André Ventura (AV) mostrou-se particularmente chateado com a nova AD entre PSD e CDS criticando Luís Montenegro por ter escolhido coligar-se com um partido democrático e não com o Chega cujos atuais estatutos foram chumbados pelo Tribunal Constitucional (TC) por serem antidemocráticos.

O que AV faz por não entender é que se por princípio não haveria qualquer óbice de natureza constitucional e democrática numa aliança com o Chega quando os seus estatutos iniciais cumpriam os preceitos constitucionais o mesmo já não se pode dizer atualmente nem quanto aos estatutos, que por força das alterações que AV lhes introduziu foram declarados ilegais pelo TC, e ainda menos pelas afirmações e comportamentos “fascistóides” e antidemocráticos de AV, pese embora a sua atual postura eleitoralista falsamente moderada para tentar enganar os eleitores conservadores moderados, tal como acontece no PS com PNS que de repente virou “moderado” para tentar enganar o eleitorado centrista.

Tenho para mim que o Chega não deveria ser autorizado a participar em eleições enquanto os seus estatutos mantiverem as ilegalidades antidemocráticas apontadas pelo TC.

Para resolver os problemas de fundo do País são necessárias reformas que não serão possíveis nem com os extremistas da direita antidemocrática nem com os da esquerda até porque após 8 anos de governação do PS, 4 deles com BE e PCP de todo avessos a essas mesmas reformas deixaram o País pior do que estava ao nível do SNS, da Habitação Social, da Justiça, da Educação e das restantes infraestruturas públicas.

O grande equívoco de AV é pretender fazer alianças com partidos democráticos quando os seus atos revelam desprezo pela democracia ao tornar os estatutos do Chega antidemocráticos e ilegais, expressa apoio a autocratas (Orban, Bolsonaro, Trump) que lideram ou lideraram governos não olhando a meios para restringir as liberdades democráticas e moldá-las de acordo com os seus desígnios autoritários e antidemocráticos.

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